A Ordem do Templo Solar e os suicídios coletivos
O Ocidente tem assistido ao surgimento de muitas Ordens pseudo-iniciáticas desde o último século que se pretendem herdeiras de Movimentos autênticos do Esoterismo Ocidental. O grande perigo é que a desinformação e a credibilidade cega podem levar seus adeptos a um caminho sem volta, ou até mesmo a um caminho que não leva a lugar algum, o que é muito comum na maioria das vezes.
Vejamos o caso da Ordem do Templo Solar, uma Ordem neo-templária e seus fundadores são Joseph (Joe) Di Mambro (ex-A.M.O.R.C.) e Luc Jouret que morreram em assassinatos rituais em 1994.
Joseph Di Mambro
No início dos anos 80, Di Mambro e Jouret encontram Julien Origas, um suposto antigo agente da Gestapo envolvido com a Ordem Renovada do Templo (O.R.T.), um grupo que combinava idéias de Templarismo e Rosacrucianismo. Em 1981, Jouret se tornou membro da O.R.T., e após a morte de Origas em 1983, se tornou Grande Mestre. Dentro de um ano, porém, ele sai do grupo, levando metade dos membros com ele. Jouret, já envolvido com grupos de Di Mambro desde 1982, era então capaz de preencher a necessidade de Di Mambro como líder carismático para atuar em sua Ordem. Não só possuía carisma, mas também era médico, e como tal seria levado mais seriamente. Juntos, os dois fundaram a Ordem do Templo Solar em 1984. Este plano foi bem sucedido, Jouret desenvolveu centenas de suas conferências e também falou na rádio. A partir de 1983, ele deu conferências na Suíça, França e no Canadá.
Luc Jouret
No início dos anos 90 uma parcela dos membros começaram a se distanciar do grupo, tanto em termos de assistência como também financeiramente. Os doadores começaram a pedir reembolsos. As pessoas começaram a questionar muitas facetas do grupo, inclusive o próprio filho de Di Mambro, Elie Di Mambro, reivindicou ser somente um o representante dos “Mestres” em Zurique. O próprio Elie começou a duvidar da existência destes “Mestres”.
O mundo de Di Mambro estava se desintegrando. Seus membros leais estavam começando a questionar as práticas do grupo e ele e Jouret não estavam em completo acordo sempre. Di Mambro e Jouret começaram a preparar seu grupo para uma “transição” para outro mundo. As convicções do grupo eram sempre apocalípticas e se radicalizaram.
Embora Di Mambro considerasse o ressurgimento de 1952 como um “primeiro impulso”, o ressurgimento real começou para eles em 21 de março de 1981. Naquele dia, “cavaleiros” renovaram seu juramento de submissão à Ordem do Templo e para o Mestre Oculto que está por vir. Di Mambro teve como uma de suas metas alcançar a “Unidade do Templarismo” e para este propósito reuniu líderes de dois Movimentos neo-templários: Jean-Louis Marsan, convidado, Grande Mestre da O.S.T.S. (Ordre Souverain du Temple Solaire, isto é, Ordem Soberana do Templo Solar) e Julien Origas, Grande Mestre da O.R.T. (Ordre Rénové du Temple). Como Di Mambro, ambos Origas e Marsan, haviam sido conectados com o ressurgimento do neo-templarismo.
Sede da O.R.T., França
A “Unidade do Templarismo” não era alcançada, mas tais reuniões mostraram aos membros destes grupos de neo-templários que estavam em parte interagindo no mesmo ambiente, com cada grupo mantendo suas características específicas. Marsan e Di Mambro conheceram-se naquele 21 de março de 1981. Logo eles se encontrariam em Genebra a fim de discutir uma fusão entre a O.S.T.S. e a O.R.T.. A última havia sido assumida em 1970 por Raymond Bernard, naquele tempo um líder proeminente da A.M.O.R.C., que atuou por um tempo como o Grande Mestre secreto da O.R.T..
Raymond Bernard
Enfim, o resultado com certeza não trouxe nenhuma Iluminação. Mas mais de 50 mortes que não foram nada iniciáticas.
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