A F.U.D.O.S.I. foi formada em 1934 “para proteger as liturgias sagradas, ritos e doutrinas das Ordens iniciáticas tradicionais de serem apropriadas e profanadas por organizações clandestinas”. A F.U.D.O.S.I. não era uma Ordem, mas uma Federação Universal de Ordens e Sociedades esotéricas e autônomas, portanto, um órgão administrativo antes de tudo.

“Algumas pessoas, cujas mentes ainda não receberam luz suficiente, desejam saber por que era necessária uma Federação Universal. As Ordens e Sociedades Iniciáticas que, no seu próprio campo de trabalho, desfrutam da mais absoluta e completa liberdade e perfeita autonomia e independência. A esta questão nós podemos responder que, mais que qualquer outra coisa, está no trabalho iniciático que a maior vigilância é indispensável e que uma disciplina internacional estrita e ativa deve ser exercida.

Nós devemos reconhecer e lamentamos a existência de muitos falsos profetas e vários auto-proclamados iniciados que usam, para propósitos egoístas e tirânicos de dominação, o pretexto da iniciação para explorar as pessoas crédulas e sinceras. Era tempo de advertir o público contra estes falsos líderes e contra doutrinas nocivas que eles ensinaram às almas confiantes.

Em cada país, cada Ordem autêntica e regular conhece seus imitadores e tais falsos profetas. Era necessário vigiar estes movimentos clandestinos, expor estes impostores ou instrumentos ocultos e evitar sua força, em todos os países, onde quer que eles estejam operando, e assim evitar qualquer confusão entre as Ordens regulares e autênticas e as Organizações falsas que são prejudiciais ou que ofereçam ensinamentos que nada têm a ver com a Tradição Universal e o Esoterismo.

E também era necessário que as Ordens autênticas tivessem cuidado ao selecionar os seus membros e oficiais e manter os seus adeptos e estudantes no caminho correto das verdadeiras doutrinas, obrigando-os a seguir uma linha estrita de disciplina, trabalho racional, sincero e consciencioso, para evitar ensinamentos radicais e heterodoxia. Este imenso trabalho que era pretendido e que protegia as Ordens contra os seus inimigos internos e exteriores foi efetuado com sucesso pela F.U.D.O.S.I. e continua ocorrendo.” (Jornal da F.U.D.O.S.I., novembro de 1946)

 

Saturday, April 22, 2006

O Regime Escocês Retificado e o Grande Priorado de Gálias


O Regime Escocês Retificado é um sistema maçônico e cavalheiresco cristão que foi constituído na França no terceiro quarto do século XVIII.

Depois de um aparente eclipse durante o século XIX, conhece atualmente, e sobretudo depois dos anos 60, uma renovada vitalidade.

O Grande Priorado de Gálias foi criado na Espanha em 1986, onde duas Comendadorias foram a raiz da criação do Grande Priorado da Espanha de K.T. instalado pelo Grande Priorado da Inglaterra em 1994, e foi elevado à Priorado, ficando independentes do Grande Priorado da Espanha enquanto ao Rito e a transmissão própria do Regime Retificado.

Nascido na França, o Rito Escocês Retificado foi, e continua sendo praticado em sua maior pureza e integridade originais sob a égide do Grande Priorado de Gálias, jurisdição independente e soberana que é conservadora e garantidora do Regime. O Grande Priorado de Gálias conserva os rituais em toda a sua pureza e integralidade iniciais, de igual modo que a Constituição Original, o Código Maçônico das Lojas Reunidas e Retificadas da França e o Código Geral dos Regulamentos da Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa (C.B.C.S.) de 1778. O Grande Priorado de Gálias é o garantidor da prática autêntica e regular do Rito.

É preciso assinalar que a noção do Regime tem a ver com a organização estrutural do Sistema e a do Rito com a prática ritual propriamente dita. As duas expressões: Regime Escocês Retificado e Rito Escocês Retificado não são pois intercambiáveis nem significam o mesmo, ainda que o uso diário as confunda facilmente, possivelmente por causa de suas siglas comuns: R.E.R..

O Grande Priorado de Gálias não é, no sentido preciso do termo, um Grande Priorado Templário. É um Grande Priorado do Rito Escocês Retificado. Entretanto, conforme a vontade formal de seus fundadores, conserva uma filiação espiritual com a antiga Ordem do Templo.

O Regime Escocês Retificado tem por objetivo manter e fortificar, não só a Ordem Interior, mas sim também as Lojas maçônicas, os princípios que são sua base e fundamento:

A fidelidade à religião cristã, fundamentada na fé na Santíssima Trindade;

A total adesão aos princípios e tradições, tanto maçônicos como cavalheirescas do Regime, que se traduzem num aprofundamento na fé cristã e no estudo da doutrina esotérica cristã, ensinada na Ordem;

O aperfeiçoamento do indivíduo pela prática das virtudes cristãs com o fim de aprender a vencer as paixões, corrigir os defeitos e progredir na via da realização espiritual;

A total dedicação à pátria e ao serviço ao próximo;

A prática constante de uma beneficência ativa e esclarecida a todos os homens, sem importar qual seja a sua raça, nacionalidade, situação, religião e suas opiniões políticas ou filosóficas.


Em definitivo, o Regime Escocês Retificado propõe a realização espiritual como finalidade a cada um de seus membros, facilitando-lhe os meios para conseguir-lo, e em convertê-los em homens verdadeiros, templos de Deus.


A origem e a estrutura histórica do Regime Escocês Retificado

Temos como origens históricas: (a) A Maçonaria francesa da época, com a proliferação dos graus mais diversos (Willermoz conhecia todos e praticou muito deles) e que uma vez depurada, seria estruturada em 1786-1787 em um Sistema que levaria mais tarde o nome de Rito Francês, com seus três graus e quatro Ordens, sem esquecer os diversos graus cuja combinação constitui o que veio a se chamar de Escocismo. (b) O Sistema próprio de Martinez de Pasqually, personagem enigmático, embora inspirado, que tanto Willermoz como Louis-Claude de Saint-Martin reconheceram sempre como seu Mestre, Sistema este denominado de Ordem dos Cavaleiros Maçons Eleitos Cohens do Universo. (c) A Estrita Observância, também dita Maçonaria Retificada ou Reformada de Dresde, Sistema alemão em que o aspecto cavalheiresco primava absolutamente sobre o aspecto maçônico, e que pretendia ser, não a herdeira, mas sim a restauradora da antiga Ordem do Templo abolida em 1312.

As duas fontes espirituais são:

A doutrina “esotérica” de Martinez de Pasqually cujo conteúdo essencial versa sobre a origem primeira, a condição atual e o destino último do homem e do universo;

A Tradição cristã indivisível, nutrida pelos ensinamentos dos padres da Igreja.


Diferentemente do que alguns crêem, estas duas doutrinas são uma só e são secretas.

A classe simbólica ou Ordem maçônica, na qual se conferia e levava ao término à iniciação maçônica (também atualmente) estava subdividida em quatro graus, a saber: os graus praticados nas Lojas de São João, também ditas Lojas Azuis (por causa da cor de suas decorações); e o grau de Mestre Escocês de Santo André, praticado nas Lojas de Santo André ou Lojas Escocesas, ditas Lojas Verdes pelas mesmas razões. Sem este quarto grau, a iniciação maçônica fica incompleta. A cerimônia de recepção a este grau recapitula e culmina o conteúdo iniciático e doutrinal dos três que lhe precedem, dando ao conjunto uma total coerência. Ao novo Mestre Escocês de Santo André, lhe é dado a contemplar tudo o que pode esperar até alcançar sua reintegração na Jerusalém Celeste, objetivo da iniciação maçônica.

Estes quatros graus estão fundamentados na reconstrução interior do homem pelo aprofundamento da fé e da prática assídua das virtudes cristãs. Uma vez que o Mestre Escocês de Santo André dá mostras de ter alcançado o grau de realização espiritual, quando prova que efetivamente levou a cabo sua iniciação maçônica, é onde pode ter acesso à Ordem Interior.

A Ordem Interior é uma Ordem de cavalaria cristã de nenhum modo assimilável, nem a um Sistema de altos graus, nem aos graus filosóficos. Comporta duas etapas:

Uma primeira etapa preparatória e transitória que é a de Escudeiro Noviço. A qualidade de Escudeiro Noviço se confere pela cerimônia de investidura. Esta qualidade é, sem embargo, revogável. O Escudeiro Noviço tem como única tarefa preparar-se, durante o prazo de pelo menos um ano, para converter-se em Cavaleiro; mas se durante este período de tempo não mostra a preparação requerida, pode e inclusive deve, segundo o disposto no Código dos C.B.C.S., ser retrocedido a sua condição de Mestre Escocês de Santo André.

A segunda etapa é a de Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa (C.B.C.S.). Esta etapa não é um grau, senão uma qualidade que se confere na cerimônia de armamento. Esta cerimônia se celebra normalmente na presença do Grão Mestre Nacional, e pelo Grão Prior da Ordem dos C.B.C.S. em pessoa, ou na sua falta, por um dignitário designado.

O Cavaleiro tem o dever de obrar ativamente na Ordem e no mundo, para por em prática os ensinamentos morais, religiosos e doutrinais recebidos nas Lojas de São João e de Santo André. Lojas que não abandona e onde deve agora mais do que nunca, dedicar-se ao serviço de seus irmãos e ao de todos os homens, particularmente, o exercício da beneficência.

No século XVIII, existia ainda mais uma classe secreta, a dos Professos. Os Cavaleiros que a compunham se dividiam em duas categorias: os Professos e os Grandes Professos, reunidos em um Colégio Metropolitano. Estes, ainda que comprometidos de maneira total com a Ordem, não exerciam, contudo, mais que componentes dessa classe secreta, não exercendo função de responsabilidade ou direção administrativa alguma, já que estas últimas eram competências unicamente da Ordem Interior; os Professos e Grandes Professos se dedicavam, mediante o estudo e a meditação, a aprofundarem-se na doutrina exposta nos textos (instruções secretas) conservados pelo Colégio Metropolitano, estando encarregados de vivificar a Ordem, tanto por seus conhecimentos como por seu exemplo de vida. Esta classe parece ter desaparecido, ou se por acaso existe, prossegue como na sua origem, com uma existência muito discreta.

Segundo as decisões adotadas no Convento de Gálias e logo confirmadas pelo Convento de Wilhelmsbad, o Regime Escocês Retificado – desvinculando-se assim da Estrita Observância – renuncia uma filiação histórica com a Ordem do Templo, embora conservando com ela uma filiação espiritual, ilustrada pela adoção, neste mesmo Convento, da denominação de Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa, fazendo com isto referência aos pobres cavaleiros de Cristo, origem da Ordem do Templo, e não a Ordem rica e poderosa em que seus sucessores a converteram ao longo do tempo e até a sua dissolução.

Por sua filiação espiritual, o Regime Escocês Retificado reivindica, da mesma forma que a Ordem do Templo, a dupla qualidade cavalheiresca e religiosa. Esta dupla qualidade, que aparece já ao longo dos graus maçônicos e se confere plenamente pelo armamento, não é de se empregar somente no mundo dos séculos XII ou XVII, senão que é atemporal e os meios para se levar a cabo, cuja natureza é essencial, permanecem imutáveis, visto que consistem no colocar em prática cotidiana e universal as virtudes teológicas da , da esperança e da caridade. Isto se expressa nos deveres impostos, não somente aos C.B.C.S., mas sim também ao maçom retificado desde o grau de aprendiz, como são a defesa da santa religião cristã e o exercício da beneficência a todos os homens e em particular aos mais fracos e aos inválidos.


As estruturas hierárquicas e administrativas do Regime

Desde a sua constituição, o Regime tomou segundo as adaptações decididas, primeiro no Convento de Gálias e depois no de Wilhelmsbad, a divisão administrativa que a Estrita Observância reconstituiu e que era da antiga Ordem do Templo. Segundo esta divisão, o território francês estava repartido em três Províncias: a IIª Província, Auvernia, com a cidade de Lyon como sua sede; a IIIª Província, Occitania, com sede em Bordeos; e a Vª Província, Borgonha, com sede em Estrasburgo.

Desde a sua reconstituição em 1935, o Grande Priorado de Gálias é considerado histórica e espiritualmente, como sucessor da Província de Auvernia da qual tem as armas e a divisa. No mesmo espírito, detém os direitos da Província de Occitania. É no ano 1935, que o Grande Priorado Independente de Helvetia, outorga carta-patente ao Grande Priorado de Gálias, estabelecendo-lhe assim com todos os seus direitos e prerrogativas.

No século XVIII, coexistia uma dupla hierarquia, dirigida pelos mesmos dignitários, mas com denominações distintas, com o fim de evitar toda confusão entre a classe simbólica ou Ordem maçônica e a Ordem Cavalheiresca. Esta distinção fundamental subsiste ainda.

Até o ano de 1958, o Grande Priorado de Gálias dirigia a Ordem Interior, enquanto que uma Grande Loja Escocesa Retificada, trabalhando sob os auspícios do Regime Escocês Retificado, conferia os quatro graus maçônicos nas Lojas de São João e de Santo André.

Por um acordo datado de 7 de Julho de 1958, o Grande Priorado de Gálias decidiu a dissolução da Grande Loja Retificada e entregou a gestão dos três primeiros graus à Grande Loja Nacional Francesa, sob cuja autoridade pois suas Lojas de São João, mediante o compromisso das partes signatárias que a prática destes graus seria feito conforme o Código Maçônico das Lojas Reunidas e Retificadas de 1778, cuja validade se via assim oficializada (Artigo 1º do acordo). Toda esta operação foi certamente facilitada pelo fato que a restauração da regularidade maçônica da França foi produzida graças à obra de uma Loja Retificada, a Loja Centre des Amis nº. 1, que foi a origem da fundação, em 1913, da Grande Loja Nacional Independente e Regular para a França e para as colônias francesas, que passou a ser em 1948 a Grande Loja Nacional Francesa. Enquanto as Lojas de Santo André, separadas das Lojas de São João e que deviam ter estado até então intimamente unidas – o que indubitavelmente representa um prejuízo à coerência interna da classe simbólica, foram postas sob a autoridade de um Diretório Escocês (Artigo 4º do mesmo acordo). Esta é a organização que subsiste atualmente.

O Grande Priorado de Gálias – Ordens Unidas está posto sob o governo supremo de um Grão Mestre Nacional que dirige a Ordem assistido por um Conselho Nacional composto de Grandes Dignitários. Um Grande Capítulo, composto com o máximo de 27 Grandes Cavaleiros Capitulares, constitui o órgão deliberante e se reúne ao menos uma vez ao ano. O Grão Mestre é igualmente assistido na sua tarefa pelos Inspetores Gerais. Por outra parte, um Rei de Armas supervisiona assistido por um colégio de Heraldos e Persevantes de Armas, o Armorial do Grande Priorado. Os assuntos administrativos e financeiros são regulados, sob a autoridade do Grão Mestre, por um Grão Chanceler e seus Grandes Chanceleres adjuntos.

A direção da Ordem maçônica reduzida como anteriormente dito, as Lojas de Mestres Escoceses de Santo André correspondem – por delegação do Grão Mestre Nacional – a um Deputado Mestre Geral, o qual preside nas mesmas condições o Diretório Nacional das Lojas Escocesas Reunidas e Retificadas, que é o órgão deliberante e que se reúne ao menos uma vez ao ano. O Deputado Mestre Geral é assistido por um Inspetor Geral das Lojas Escocesas e por um Colégio de Grandes Oficiais.

O território nacional é dividido, no que diz respeito à Ordem Interior, em Prefeituras e Comendadorias, e no tocante a Ordem maçônica, nos Diretórios Provinciais, coincidindo suas competências territoriais. A Prefeitura é dirigida por um Prefeito e por um Capítulo Prefeitorial, que reúne os C.B.C.S. e os Escudeiros Noviços do território. A Prefeitura reagrupa as várias Comendadorias que reúnem, por sua vez, os C.B.C.S. e seus Escudeiros Noviços. O Diretório Escocês Provincial, dirigido por um Deputado Mestre Provincial, vela pela boa execução dos trabalhos das Lojas Escocesas de sua zona sob as diretrizes do Diretório Nacional.

Convém citar que o Grande Priorado de Inglaterra e Gales transmitiu ao Grande Priorado de Gálias, em Setembro de 1992, o grau maçônico de Cavaleiro de São João, Palestina, Rodes e Malta abreviado: Cavaleiro de Malta. Em virtude do qual, o Grande Priorado de Gálias constituiu um Grande Priorado de Malta, reagrupando atualmente seis Priorados de Malta, no seio dos quais este grau de Cavaleiro é conferido aos C.B.C.S. como um complemento da espiritualidade cavalheiresca cristã.

Em 5 de Fevereiro de 2000, e como complemento deste Grande Priorado de Malta, o Grande Priorado da Escócia representado por seu Grão Mestre, consagrou uma Preceptoria de Cavaleiros do Templo e entregou uma patente para a prática da Ordem do Templo (Knights Templar) ao Grande Priorado de Gálias.

É, todavia, vigente uma deliberação do Diretório Escocês de Auvernia, na data de 25 de Abril de 1777, em que autorizava a comunicação dos altos graus em uso nas Lojas antes da reforma (se referia a reforma de Lyon, ou seja, a Retificação) que referendava os graus chamados a constituir alguns anos mais tarde as quatro Ordens do Rito Francês com exclusão dos graus de vingança, expressamente proibidos pelo Código Maçônico das Lojas Reunidas e Retificadas, sendo o ponto culminante desta comunicação a da quarta Ordem Francesa, a do Soberano Príncipe Rosacruz.

Por tudo isto e em virtude da dita deliberação, o Grande Priorado de Gálias (G.P.D.G.), que tem por vocação prosseguir a obra de seus fundadores, decidiu praticar os Altos Graus da Maçonaria Francesa. No ano de 1995, o Grande Priorado de Gálias recebeu uma patente da Holanda, único país no mundo que pratica regularmente estes Altos Graus. Esta transmissão conduziu logicamente a criação em 1997 do Grande Capítulo Geral dos Altos Graus do Rito Francês com o fim de transmitir aos irmãos Retificados as Ordens Francesas em acordo com o Capítulo Xº do Código Maçônico das Lojas Escocesas Reunidas e Retificadas de 1778. Em conseqüência, o Grande Priorado de Gálias agregou a sua denominação o subtítulo de ORDENS UNIDAS que compreende atualmente:

A Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa;

A Ordem Religiosa, Militar e Maçônica do Templo e São João da Palestina, Rodes e Malta;

O Grande Capítulo Geral dos Altos Graus do Rito Francês.



Epítome

Desde a sua criação em 1935, e especialmente desde 1984, o G.P.D.G. se propôs a ser um zeloso defensor do Rito Escocês Retificado, aplicando-se com rigor e vigilância em transmitir um ensinamento espiritual que seja o mais conforme com o espírito dos fundadores do Regime, com a constante preocupação por salvaguardar a especificidade e a identidade do Rito e praticar os autênticos rituais. Esta preocupação pela qualidade iniciática tem sido parceira de um fortalecimento dos laços de união do G.P.D.G. com os Grandes Priorados e as Grandes Lojas do mundo. A seguir, alguns dos acontecimentos mais importantes de sua história recente:

Em 12 de Setembro de 1992, é implantada na França, no marco do G.P.D.G., a Ordem Religiosa Militar e Maçônica dos Cavaleiros de São João de Jerusalém, Palestina, Rodes e Malta. Com o título The Most Eminent & Supreme Grand Master do Grande Priorado da Inglaterra e Gales, Harold Devereux Still, acompanhado de uma importante delegação britânica, procedeu a cerimônia de instalação na presença do Grão Prior da Bélgica, a quem graças esta implantação foi possível. Esta mesma cerimônia teve na véspera lugar em Bruxelas. Os Mui Reverendos Cavaleiros Daniel Fontaine, Marc Bravi e Jean-Claude Tardivat foram instalados Eminentes Priores. Neste mesmo dia foi conferida ao Mui Reverendo Cavaleiro Daniel Fontaine a capacidade de proceder na qualidade de Grão Mestre das ORDENS UNIDAS, qualidade que lhe foi reconhecida solenemente por todos os Cavaleiros presentes, e na mesma cerimônia, se entregou a Sir Harold Devereux Still seu diploma de Grão Mestre Nacional de Honra do GRANDE PRIORADO DE GÁLIAS – ORDENS UNIDAS. No curso da cena que seguiu a cerimônia, Sir Harold Devereux declarou que seus noventa anos e algumas primaveras lhe haviam dado suficiente perspectiva como para, contemplando os acontecimentos do século, ver com certeza que nossa civilização ocidental cristã havia tocado fundo e que o único artesão eficaz para sua retificação seria a maçonaria cristã e singularmente as Ordens cavalheirescas cristãs.

Em 27 de Março de 1993, é firmado em Berlim um tratado de amizade entre o G.P.D.G. e a Grosse LandesLoge der Freimaurer von Deutschland que pratica o Rito de Zinnendorf, muito próximo ao Rito Escocês Retificado.

Em 1995, retorna à França os Altos Graus do Rito Francês. Publicamos em particular a benevolente carta escrita nesta ocasião pelo Grão Mestre da G.L.N.F.: De fato, a deliberação por todos conhecida do Diretório Escocês datada de 25 de Abril de 1777 (ver Cahier Vert nº. 10-12) relativa à possível comunicação aos irmãos que tiveram sido recebidos Escoceses, dos Altos Graus de uso antes da reforma, conhecidos sob a denominação de Escocismo, Cavaleiros do Oriente, Rosacruz, e outros da mesma categoria, estipula que as autoridades do Regime Escocês Retificado poderiam conferir estes graus do Sistema em sete graus do Rito Francês aos Mestres Escoceses de Santo André, graus entre os quais, em particular o de Rosacruz, eram praticados em Lyon por Willermoz e seus amigos antes da fundação do Regime Retificado. A condição implícita era que aquele que conferisse este grau deveria ter recebido de maneira regular. Conforme o espírito dos fundadores, alguns irmãos do G.P.D.G. mostraram desejos de descobrir e praticar o grau de Rosacruz, grau este, muito querido por Willermoz. Buscaram quem o tinha recebido regularmente, e como conseqüência, poderiam regularmente transmitir-lo. Foi então quando puderam comprovar que só a Ordem dos Altos Graus dos Países Baixos era o único Organismo do mundo que praticava regularmente este grau e estava habilitado para transmitir-lo. Foi então logicamente até este Organismo que os Cavaleiros Daniel Fontaine e Marc Bravi, ajudados pelo Grão Mestre do Grande Priorado da Bélgica, Pierre Nöel, dirigiram seus passos, tendo lugar o primeiro encontro em 1991. Sucessivas missivas e correspondências foram trocadas entre ambas as Jurisdições. A partir de 16 de Abril de 1993, vários membros do G.P.D.G. foram recebidos como Soberanos Príncipes Rosacruzes pelo Capítulo DELTA dos Países Baixos. Em 18 de Fevereiro de 1995, o Capítulo francês EX ORIENTE LUX foi consagrado em Eliden, concedendo a ele sua independência nesta mesma ocasião. Forma atualmente, junto com o Capítulo HARMONIA, o Grande Capítulo dos Altos Graus do Rito Francês, constituído em Paris em 29 de Novembro de 1997 e que é parte integrante do G.P.D.G. – ORDENS UNIDAS. (Cf. o folheto Les Cahiers Historiques d’Epitome, nº. 1, Agosto de 1999).

De 12 a 14 de Setembro de 1997, o G.P.D.G. participou na Suécia da quarta Conferência Internacional de Grandes Priorados do Mundo, que recordou e reafirmou o princípio de soberania exclusivo de um só Grande Priorado por país, precisando que toda intervenção de uma Grande Loja fosse considerada como ato de ingerência. Nesta ocasião, os 21 Grandes Priorados presentes reafirmaram seu reconhecimento mútuo baseado em sua legitimidade.

Nos dias 24 e 25 de Abril de 1998, se deu em Gressy (França) o Convento Geral da Ordem, reunindo durante duas jornadas de estudos os Grandes Priorados Retificados de Helvetia, Lusitânia (Portugal) e de Gálias assim como os Priorados da Hispania (Espanha) e Togo, unindo-se finalmente, o Grande Priorado da Bélgica, aos trabalhos da sessão de fechamento. O Convento estudou as diferentes facetas da especificidade do Regime Retificado e elaborou toda uma série de projetos de ação que deverão ser levados a cabo em comum pela família retificada. (Cf. o folheto Convento Geral da Ordem dos C.B.C.S.).

Em 12 de Julho de 1999, o Priorado de Togo foi elevado a Grande Priorado pelo G.P.D.G. que lhe entregou uma carta-patente autorizando-lhe a praticar de maneira integral o Regime Escocês Retificado assim como a Ordem de Malta. Este Grande Priorado foi imediatamente reconhecido pelo conjunto de Grandes Priorados Retificados, assim como pelos Grandes Priorados da Escócia, Inglaterra, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia e pelas Grandes Lojas da Suécia e Alemanha, felicitando-se todos por ser o primeiro Grande Priorado criado na África. (Cf. o folheto Les Cahiers Historiques d’Epitome, especial Togo, nº. 2, 25 de Setembro de 1999).

Em 9 de Outubro de 1999, o Grão Mestre do Grande Priorado da Escócia, Roy Scott foi por solicitação sua armado C.B.C.S. na Prefeitura d’Isle de France pelo Grão Mestre das ORDENS UNIDAS (Daniel Fontaine). Em virtude dos laços espirituais fundamentados sobre a filiação templária que unem estes dois Grandes Priorados, o Grão Mestre da Escócia solicitou oficialmente ao G.P.D.G. o outorgamento de uma carta-patente do Regime Escocês Retificado, que lhe foi imediatamente concedida.

Em 5 de Fevereiro de 2000, o Grande Priorado da Escócia, representado pelo seu Grão Mestre e acompanhado por uma importante delegação de Grandes Dignitários, consagrou em Paris uma Preceptoria dos Cavaleiros do Templo (Knights Templar). O Grão Mestre das ORDENS UNIDAS Daniel Fontaine foi instalado Venerável Preceptor de Santo André, Preceptoria que depende por sua vez do Grande Priorado da Escócia e do G.P.D.G.. Neste mesmo dia foi entregue uma carta-patente para a prática da Ordem do Templo (Knights Templar) ao Grande Priorado das Gálias. Esta Preceptoria foi imediatamente reconhecida pelo Grande Priorado da Inglaterra e Gales assim como pelo da Irlanda.

Em 25 de Agosto de 2000, se desenvolveu na Escócia a quinta Conferência Internacional dos Grãos Mestres, na qual o G.P.D.G. foi convidado e assistiu representado pelo seu Grão Mestre e vários Dignitários da Ordem.

Ao recordar todos estes importantes acontecimentos temos por finalidade provar – se é que ainda é necessário – que a projeção do Regime Escocês Retificado no mundo é uma realidade viva, que se nutre de intercâmbios e se reforça com laços sólidos como bem confirmam todas estas solicitações e intercâmbios de patentes. O GRANDE PRIORADO DE GÁLIAS desejou sempre desenvolver-se harmoniosamente junto a outros Ritos reconhecidos internacionalmente com a denominação dos Altos Graus. No entanto, como Ordem Cavalheiresca e Maçônica, tem o dever de guardar e manter a amizade e amabilidade ante o conjunto da comunidade cavalheiresca e maçônica, e mais especialmente em sua família natural, as Ordens e Ritos cristãos.