A F.U.D.O.S.I. foi formada em 1934 “para proteger as liturgias sagradas, ritos e doutrinas das Ordens iniciáticas tradicionais de serem apropriadas e profanadas por organizações clandestinas”. A F.U.D.O.S.I. não era uma Ordem, mas uma Federação Universal de Ordens e Sociedades esotéricas e autônomas, portanto, um órgão administrativo antes de tudo.

“Algumas pessoas, cujas mentes ainda não receberam luz suficiente, desejam saber por que era necessária uma Federação Universal. As Ordens e Sociedades Iniciáticas que, no seu próprio campo de trabalho, desfrutam da mais absoluta e completa liberdade e perfeita autonomia e independência. A esta questão nós podemos responder que, mais que qualquer outra coisa, está no trabalho iniciático que a maior vigilância é indispensável e que uma disciplina internacional estrita e ativa deve ser exercida.

Nós devemos reconhecer e lamentamos a existência de muitos falsos profetas e vários auto-proclamados iniciados que usam, para propósitos egoístas e tirânicos de dominação, o pretexto da iniciação para explorar as pessoas crédulas e sinceras. Era tempo de advertir o público contra estes falsos líderes e contra doutrinas nocivas que eles ensinaram às almas confiantes.

Em cada país, cada Ordem autêntica e regular conhece seus imitadores e tais falsos profetas. Era necessário vigiar estes movimentos clandestinos, expor estes impostores ou instrumentos ocultos e evitar sua força, em todos os países, onde quer que eles estejam operando, e assim evitar qualquer confusão entre as Ordens regulares e autênticas e as Organizações falsas que são prejudiciais ou que ofereçam ensinamentos que nada têm a ver com a Tradição Universal e o Esoterismo.

E também era necessário que as Ordens autênticas tivessem cuidado ao selecionar os seus membros e oficiais e manter os seus adeptos e estudantes no caminho correto das verdadeiras doutrinas, obrigando-os a seguir uma linha estrita de disciplina, trabalho racional, sincero e consciencioso, para evitar ensinamentos radicais e heterodoxia. Este imenso trabalho que era pretendido e que protegia as Ordens contra os seus inimigos internos e exteriores foi efetuado com sucesso pela F.U.D.O.S.I. e continua ocorrendo.” (Jornal da F.U.D.O.S.I., novembro de 1946)

 

Monday, October 31, 2005

Da Rosa+Cruz original e dos Rosacruzes poloneses entre os séculos XVII e XVIII - As perspectivas teóricas de Rafal T. Prinke

Rafal T. Prinke escreveu sobre as possíveis conexões entre Michael Sendivogius, o grande alquimista polonês, com os primeiros Rosacruzes no Hermetic Journal nº. 15, mas existem também alguns outros fatos que se referem aos Rosacruzes poloneses. Suas atividades parecem ter sido centradas em Gdansk (Danzig) onde uma primeira apologia rosacruciana fora publicada em 1615 - por Julius Sperber - Echo der von Gott hocherleuchteten Fraternitet, des loblichen Ordens R.C. (Eco da Fraternidade Iluminada por Deus). Nas mãos de Sperber, a sabedoria transmitida por Christian Rosenkreutz torna-se uma antiga doutrina secreta que se poderia remontar aos tempos bíblicos.

Essa sabedoria achava-se incorporada num ensinamento que, por intermédio de Noah (Noé) e dos patriarcas, foi passado depois a Zoroastro, aos Caldeus, aos Persas, aos Egípcios e voltou a ser preservada na Cabala Judaica. Uma nova época começou então com Cristo, que mostrou a todos os homens o caminho da bem-aventurança, reservando, porém, a alguns poucos escolhidos o conhecimento do caminho da sabedoria divina. Mais tarde, essa sabedoria quase se perdeu, exceto em terras pagãs, mas somente poucos, muito poucos Cristãos a encontraram. Tais foram, segundo Sperber, Cornelius Agrippa, Johannes Reuchlin, Marsilio Ficino, Pico della Mirandola e Aegidius Gutmann. Sperber considerava os Rosacruzes herdeiros dessa sabedoria.

Michael Sendivogius

E tudo isto é especialmente interessante porque apresenta o Rosacrucianismo no contexto hermético-ocultista, no qual ficou conectado desde então. Como este livro foi publicado em 1615, isto é, um ano depois do Fama e no mesmo ano que o Confessio, pode até ser considerado como uma peça do mesmo enredo. Neste caso, teríamos que aceitar a existência da Ordem Rosacruz como uma organização estruturada, tendo representantes em várias partes da Europa, o que não é completamente impossível.

Christopher McIntosh menciona rumores de uma Ordem Rosacruz funcionando em linhas alquímicas por volta de 1622 em Hague e em várias outras cidades inclusive Gdansk, na Polônia. Provavelmente a mesma Ordem foi descrita por Peter Mormius como ativa em 1620 e que também se preocupava com alquimia.

Significativamente, foi chamada de Rosa+Cruz Áurea (Rosa+Cruz de Ouro), nome que mais tarde, no século XVIII, orientaria alquimicamente uma organização conectada à Franco-Maçonaria. Parece possível que esta organização alquímica com Lojas ou Centros em Gdansk e outras cidades fossem ramos da Fraternidade original ou mesmo um grupo fundado durante a “febre” rosacruz que se seguiu à publicação do Fama e do Confessio, devido às dificuldades em se contactar a fraternidade original.

No caso posterior, o fundador (ou um deles) pode bem ter sido Julius Sperber, acima mencionado. O grupo de rosacruzes em Gdansk continuou a publicar livros até o final de século 17, entre os quais, por exemplo, os trabalhos de Geber e Chemia Philosophica de Jacob Barner. Um dos mais interessantes artigos publicados por eles foi Ein ausfuhrlicher Bericht von der Ersten Tinctur-Wurtzel... (1681) por Wincenty Kowski ou Koffski. Era uma tradução alemã do trabalho previamente publicado em latim como Tractatus de prima materia veterum lapidis philosophorum na coleção Thesaurinella olympica aurea tripartita, editado e introduzido por Benedictus Figulus (Frankfurt, 1608).

De acordo com alguns relatos, Figulus em sua introdução alude a uma associação secreta de alquimistas, mas isto não é de interesse principal aqui. Muito mais interessante é seu relato sobre a vida de Wincenty Kowski, sobre quem nada é conhecido de outras fontes. Figulus declara que ele nasceu em Poznan, se tornou um monge dominicano em um monastério em Gdansk e era alquimista (de outras fontes é sabido que monastérios dominicanos eram centros de práticas alquímicas).

Ele escreveu seu “Tractatus de prima matéria” no fim de sua vida, tendo concluído em 3 de maio, 1488, e tendo morrido no mesmo ano. Antes de sua morte ele o escondeu sob um tijolo em cima de sua cela. Foi descoberto em 14 de agosto, 1588 e publicado em 1608. Não existiria nada especial sobre tal fato se uma série de coincidências não aparecesse. Em primeiro lugar, nós temos Gdansk novamente mencionado como o lugar onde o sistema de Kowski havia sido encontrado (entretanto, primeiramente publicado em Frankfurt-am-Mein); foi então traduzido pelo rosacruzes de Gdansk para o alemão, e finalmente o período de tempo da morte de seu autor à sua publicação era exatamente de 120 anos, o mesmo período que decorreu da morte de Christian Rosenkreutz para a abertura de sua tumba. Como a história inteira estava impressa bem antes do Fama, pode vir a indicar a existência de uma certa tradição que irrompe na história sob diferentes disfarces e em diferentes lugares. Talvez possa estar conectado à obra de Simon Studion (Naometria), como alguns autores sugerem, ou pode apontar para a existência de uma organização hermético-alquímica de caráter rosacruciano antes mesmo da circulação do Fama e do Confessio.

Além de Gdansk, é possível que a Cracóvia fosse outro centro de atividades da Ordem, porque ela era a capital do país e abrigava uma universidade. A alquimia de Paracelso estava intensamente sendo estudada por lá e seus livros publicados, e até mesmo o próprio Paracelso visitou o lugar em várias ocasiões, tendo amigos e pacientes na região (especialmente a família de Boner, Wojciech Baza e Dawid Mayer). De maneira interessante, Paracelso também visitou Gdansk pelo menos uma vez. Podemos também lembrar, mas sem entrar em detalhes, que Comenius (Jan Amós Komensky), que frequentemente acredita-se conectado com os Rosacruzes, por que de fato estava, passara a maior parte de sua vida na Polônia, na cidade de Leszno, e que John Dee em 1585 encontrava-se na Cracóvia, onde conheceu o hermetista Hannibal Rosseli, o mesmo John Dee, que de acordo com F. Yates pode muito bem ter em última instância originado o movimento rosacruz.

A próxima fase da história do Rosacrucianismo, aquela da Rosa+Cruz Áurea, começara com a publicação de Die wahrhafte und volkommene Bereitung... [A verídica e perfeita preparação da pedra filosofal, da fraternidade da Ordem Rosa+Cruz de Ouro e da Cruz Rosa (ou vermelha)...] por Sincerus Renatus ou Sigmund Richter em 1710. (Sigmund) Samuel Richter era um pastor luterano, pouco se sabe sobre sua vida. Perante sua obra sabe-se que se baseava principalmente nos trabalhos de Julius Sperber de Gdansk e Michael Maier, que o conecta a Michael Sendivogius, admirado por Maier. Porém, o nome da Ordem Rosa+Cruz de Ouro já havia aparecido em 1620 e também estava conectado à alquimia. Portanto, é bastante plausível que a Ordem do século 18 fosse uma continuação da antiga que havia estado ativa em Hague, Gdansk e outras cidades.

Michael Maier

Quando a Ordem Rosa+Cruz de Ouro foi “maçonizada” e realmente tornou-se um dos numerosos ritos de Maçonaria, também tivera Lojas ou “Círculos” na Polônia, especialmente em Warsaw. Esta corrente do Rosacrucianismo foi provavelmente introduzida na Polônia por Jean Luc Louis de Toux de Salvarte, um maçom aventureiro que viajou por toda a Europa antes dele vir a instalar-se em Warsaw em 1749 e que havia sido iniciado nos mais altos graus da Rosa+Cruz de Ouro em Viena por volta de 1741. Entre outros membros da Ordem estavam: o último rei da Polônia, Stanislaw August Poniatowski, seu irmão Kazimierz Poniatowski, Josef Jerzy Hylzen, que também era presidente do sublime conselho escocês do Grande Oriente da Polônia, Samuel Okraszewski, um químico que fez experiências com vôos de balão, e Karol Henryk Heyking, uma das figuras mais importantes da Maçonaria polonesa.

Próximo ao final do século 18 o mestre dos rosacruzes poloneses com o título de “Justitiarius” era o Conde Karol Adolf Bruhl conhecido na Ordem como Frater Oscarus. Outro membro importante e influente era o Conde August Moszynski, magnata e alquimista, que tivera um laboratório em seu palácio em Warsaw e conduzira experiências alquímicas financiadas pelo Rei Stanislaw August Poniatowski. Ele também ficou conhecido como a pessoa que expôs as fraudes de Cagliostro numa visita posterior à Warsaw em 1780.


O problema de “sucessão” para Rafal T. Prinke

Parece haver três possibilidades para se levar em conta:

a) Existiam duas organizações distintas usando nomes semelhantes, uma das quais estava preocupada com a “reforma universal”, com o espírito de várias utopias (isto era provavelmente organizado muito frouxamente e incluía Johann Valentin Andreae e seu círculo, o círculo de Tübingen, Comenius, etc.), enquanto a outra estava preocupada com a alquimia e a filosofia hermética e incluía entre seus membros Julius Sperber, Michael Maier, Michael Sendivogius, Robert Fludd, e outros;

b) Que estes eram dois ramos da mesma organização, a filial alquímica sendo chamada “de Ouro” para distingui-la propriamente do ramo reformista;

c) Existia uma só Ordem dedicada ao estudo da alquimia e da tradição hermética-gnóstica, enquanto o Fama, o Confessio e o Casamento Alquímico eram sátiras produzidas por Andreae sobre a verdadeira Fraternidade dos Rosacruzes.

Sunday, October 30, 2005

Orden Martinista Iniciática

La Orden Martinista Iniciática nació en 1968 por iniciativa de Robert Ambelain. Hablaremos a grandes rasgos de su historia.

En 1942 Robert Ambelain “despierta” “la Orden Martinista de los Elus Cohens”, nacida de la “Orden Tradicional” y de “la Orden de los Rosa+Cruz de Oriente”. El 26 de Octubre de 1958 se constituye una “Unión de las Órdenes Martinistas” comprendiendo tres Ordenes: “La Orden Martinista - Martinezista” (Philippe Encausse, Gran Maestro a partir de 1960), “la Orden Martinista” (Philippe Encausse, Gran Maestro) y “la Orden Martinista de los Elus Cohens” (Robert Ambelain, Gran Maestro).

El 28 de Octubre de 1962, se decidió entre Philippe Encausse y Robert Ambelain: Fusionar la “Orden Martinista” y la “Orden Martinista de los Elus Cohens”. Los lazos se mantienen entre esta nueva “Orden Martinista”, la Iglesia Gnóstica Apostólica Universal y la Orden Kabalística de la Rosa+Cruz. Existe un Círculo exterior correspondiente a la “Orden Martinista” y un círculo interior llamado “Orden de los Elus Cohen”. La presidencia está asegurada por los dos hermanos signatarios.

Robert Ambelain

El 29 de Junio de 1967, Robert Ambelain dimite de su cargo y designa a Iván Mosca como su sucesor a la cabeza de la Orden de los Elus Cohen.

El 14 de Agosto de 1967, un protocolo es firmado entre Philippe Encausse e Iván Mosca que revela las divergencias fundamentales existentes entre la “vía cardiaca” y la “vía operativa”. Existen, entonces, dos Órdenes distintas en este momento.

Pero el 14 de Agosto de 1968 (o Mayo de 1968 como lo declara R. Ambelain) Iván Mosca decreta que su Orden sea puesta en sueño por una duración indeterminada.

El 30 de Junio de 1968, Robert Ambelain, crea una nueva Orden, “la Orden Martinista Iniciática” de la que se convirtió en Gran Maestro. Publica en un medio Martinista un texto titulado “Origen, principios y modalidades de la rectificación de 1968”.

Su escritor, que da nacimiento a la Orden de la que hablamos, se basa en los siguientes elementos esenciales:

- Un análisis del sistema de los Elus Cohens, de las prácticas, de los signos, etc., muestra el arcaísmo y la inadaptación al mundo moderno del sistema. Es preciso, entonces, hacer una reforma.

- No existe una verdadera filiación Martinista francesa que remonte a Louis Claude de Saint Martín, habiendo sido Papus el inventor de la filiación.

- Sin embargo existe una filiación rusa auténtica, poseyendo los ritos específicos que remontan a Saint Martín, por intermediación de Nicolás Ivanovitch Novikoff y Eugene Schwartz, y después Galitzinz.

- Existía una antipatía entre Saint Martín y J.B. Willermoz. También se la encuentra entre los dos ritos masónicos concurrentes, el rito reformado del primero y el rectificado del segundo.

Consecuentemente Robert Ambelain se hace reiniciar en esta filiación y cambia de “nombre” esotérico. Él creó, como ya hemos dicho, una nueva Orden, dividida en dos templos:

Primer Templo

Asociado

Iniciado

Superior Desconocido Doctrinal

Superior Desconocido Iniciador

Segundo Templo

Caballero de Palestina Operativo

La calidad masónica es exigida para entrar en el segundo templo, ya que se trata de un grado masónico.

El primer templo trabaja bajo las formas rituales rusas conservadas según R. Ambelain desde 1800.

El Willermozismo es abandonado y las visitas de los Martinistas “apócrifos” eran rechazadas, a excepción de algunos hermanos “particularmente calificados en los dominios de las ciencias esotéricas”.

Resumiendo, esta rectificación y retorno a los ritos y filiación rusa es propuesta a todos los Martinistas u Órdenes deseosos de apuntarse.

El 29 de Octubre de 1984 Gérard Kloppel sucede a Robert Ambelain en la Gran Maestría de esta Orden. Después de esta fecha parece que las relaciones con las Órdenes hermanas se habían flexibilizado considerablemente y que ciertas visitas eran, al menos en principio, posibles.

Robert Ambelain e Gérard Kloppel

El reclutamiento se hacía mediante los hermanos y hermanas masones, pero la Orden demanda un interés marcado por el esoterismo, la alquimia, la astrología, la Cábala y las mancias. Esta exigencia no es precisa en cuanto a la maestría.

La O.·.M.·.I.·. está, hoy en día, dividía en tres Templos. El primero es aquél de la Orden Martinista Iniciática mismo, considerado como Orden exterior. El segundo Templo es la Orden interior, Santuario de los Caballeros de Palestina. Está dividido en tres vías: teúrgica, sacerdotal y caballeresca. La primera corresponde a la Orden de los Elus Cohens (idénticos grados de los de aquella tradición), la segunda es la de la Iglesia Gnóstica Esotérica (Grados menores y mayores eclesiásticos) y la tercera el Gran Priorato Martinista (Altos grados de la Rectificada). El tercer Templo es el de la Orden Hermética R+C, comprendiendo “la O + R + C + E +” sobre la cuál no tenemos ninguna reseña.

El 21 de Marzo de 1994 Richard Gaillard sucedió a Gérard Kloppel como Gran Maestro de la O.·.M.·.I.·. Gérard Kloppel conservó la presidencia del Soberano Santuario de los Caballeros de Palestina.

Precisamos también que la O.·.M.·.I.·. conserva estrechos lazos con la Orden masónica de Memphis - Mizraim (También la Gran Maestría). Desde 1995 es Marcel Laperruque el Gran Maestro mundial de Memphis - Mizraim y ha tenido siempre unas relaciones privilegiadas con la Orden de la que hablamos.

Según la visión de ciertas personas de esta Orden, la metáfora platónica de la formación tripartita del ser y de la sociedad se adaptaría a esta estructura a su vez. Las correspondencias serían entonces las siguientes: el primer nivel correspondería a la Francmasonería, asociada simbólicamente al estómago, al centro de preparación. El segundo nivel sería el del Martinismo, aquél del corazón y de la guardia caballeresca. Finalmente, el tercero se situaría en el espíritu, la cabeza; es el espíritu de la Rosa+Cruz esencial.

Emitimos cierta reserva sobre esta visión, que tendería a hacer corresponder la Francmasonería con la plebe de la antigua Grecia.

En la región parisina al menos, la O.·.M.·.I.·. intenta trabajar sobre las operatividades, sobre la espagírica, etc. El trabajo en Logia se funda en un sistema de planchas que tienden a la dimensión práctica y hacia las experiencias de grupo.

Existe en la Orden un priorato activo que comprende las clases de los Maestros escoceses de San Andrés, de Escudero Novicio, de C.B.C.S. (Caballero Benefactor de la Ciudad Santa), de Profeso y de Gran Profeso.

Richard Gaillard ha hecho actualmente una rectificación de la Orden según los principios operativos y tradicionales. En la época de Ambelain, la Orden era muy cerrada, lo que no sucede bajo esta gran Maestría.

La estructura de la orden misma parece seria y desinteresada, en si puede dejar tomar lugar a ciertas debilidades o trabas que se atribuyen habitualmente a un cierto estilo de masonería...

Según ciertas fuentes, el espíritu actual de las prácticas de ciertos grupos se orientarían hacia una influencia más marcada del Maestro Philippe, con una marca más mística que teúrgica.

Saturday, October 29, 2005

Fundação da Loja Fama Fraternitatis, a 1ª Loja da CR+C no Brasil

Imperator Gary Lee Stewart

A primeira Loja da Confraternidade da Rosa+Cruz - CR+C será fundada apenas sete meses após o início da disponibilização de seus ensinamentos em Língua Portuguesa.

A Fundação da Loja Fama Fraternitatis será no dia 29/10/2005, sendo seguida por uma Convocação Mística com a equipe empossada. Todos os membros da CR+C estão convidados a participar. A Carta Patente da Loja será entregue pessoalmente pelo Imperator Gary L. Stewart no dia 12/11/2005 durante a Segunda Convenção da CR+C.

Este é um passo importante no estabelecimento da Ordem no Brasil.

Informações adicionais sobre a CR+C: confraternidade@uol.com.br

Friday, October 28, 2005

Nicolas Ivanovich Novikov - Um dos fundadores do Martinismo por Robert Ambelain

Nicolas Ivanovich Novikov nasceu em 7 de maio de 1744 em Avdotino, perto de Moscou, e morreu nesse mesmo local em 12 de agosto de 1818, aos 74 anos.

Escritor russo que entrou na história, fundador de vários jornais satíricos (O Bordão, 1769-1770; O Pintor, 1772-1773; A Bolsa, 1777), foi um dos mais corajosos representantes da crítica social no reinado de Catarina II e chamou a atenção sobre a miséria do camponês russo. Diretor do diário As Notícias de Moscou a partir de 1779, foi também um dos introdutores da Franco-Maçonaria na Rússia, sendo por isto mesmo condenado à morte em 1792. Esta condenação foi comutada em quinze anos de detenção na fortaleza de Schlüsselburg. Novikov foi libertado em 1796, quando da elevação do Tzar Paulo I, um imperador muito liberal e dos mais progressistas, a quem retornaremos um dia, pois ele foi, muito provavelmente, um de nossos irmãos Martinistas. Franco-Maçom (ele foi levado à Maçonaria por seu amigo, o príncipe Kurakin), foi a esse título que avocou a si a libertação de seu irmão Novikov.

Tão logo foi libertado, este último renunciou a qualquer atividade literária. Ele havia então publicado importantes coletâneas de documentos sobre a história da cultura nacional, em particular uma Biblioteca Russa (1773-1784). Fora, por outro lado, o autor de brochuras e de livros destinados a erguer o nível moral da nação, pelo menos em intenção dos russos que sabiam ler, porque nesta época seu número não passava de alguns restritos milhares: comerciantes, burgueses, nobreza.

Como homem prático, havia instituído toda uma série de escolas populares, abrindo em seguida gráficas onde fazia imprimir manuais para essas escolas, assim como outras obras instrutivas e morais que custavam apenas alguns copeques, e às vezes absolutamente nada. Depois organizou hospitais, mas como uma parte ínfima da população podia aproveitá-los, estabeleceu farmácias que forneciam gratuitamente aos indigentes os remédios exigidos por seu estado. Fez ainda surgir em diferentes bairros de Moscou sociedades de benemerência e criou esta importante sociedade que tinha por objetivo fornecer pão e víveres de primeira necessidade aos pobres dos vastos territórios da Rússia, no caso, bastante freqüente, de más colheitas. Eis aí uma tarefa que, antes dele, nenhum homem, agindo a título privado, havia conduzido com sucesso. Deve-se admitir que a imensa fortuna de alguns de seus irmãos, os Martinistas e os Franco-Maçons russos, permitiram-no fazer. Foi assim que o discurso que pronunciou na abertura desta última instituição foi bastante inspirado e convincente a ponto de levar um rico negociante de Moscou a remeter-lhe vários milhões de rublos.

No antigo Museu Rumjansov, em Moscou, encontram-se as jóias e paramentos dos Maçons e dos Martinistas russos da época. Em sua obra Louis-Claude de Saint-Martin, Papus confirma havê-los examinado quando de sua primeira viagem a esta cidade. Encontravam-se lá, igualmente, alguns desses relatórios chamados "penitências", que os membros da Rosa+Cruz russa, oriunda da Rosa+Cruz Áurea fundada na Alemanha em 1570, deviam fazer chegar periodicamente aos Superiores da Ordem. Segundo Pypin, em um desses documentos, Novikov exprime-se assim: “Com um coração verdadeiro e puro, reconheço que não compreendi o sentido das preciosas colunas sobre as quais repousa a Ordem Sagrada, ou seja, o amor a Deus e ao próximo, ou melhor, que o compreendi mal, pensando que o homem era em si capaz de amar a Deus e ao seu próximo. Estava mesmo tão cego que acreditava cumprir os mandamentos de Deus; mas agora, agradeço com lágrimas ao meu Salvador, por haver-me permitido ver e reconhecer minha cegueira. Ele me fez compreender e sentir que o amor é um dom de Deus, que ele outorga aos seus santos. Há momentos em que eles experimentam do amor ao próximo e têm a firme persuasão de amar igualmente a Deus. Mas esses minutos são passageiros...”.

Em seus escritos, Nicolas Novikov ergueu-se com determinação contra os jesuítas. Ora, na época eles contavam com o favor e a proteção de Catarina II. Além do que o conjunto Iniciático constituído por Novikov e seus amigos Schwartz, Galitzin, etc., compreendia três etapas:

a. o Martinismo, onde estudava-se de maneira simplesmente didática o conjunto das Ciências ditas Ocultas (Astrologia, Magia, Alquimia) e os ensinamentos de L.C. de Saint-Martin, levados à Rússia pelos amigos russos do Filósofo Desconhecido;

b. a Estrita Observância Templária, vinda da Alemanha e no seio da qual existiam grupos secretos nos quais praticava-se o ensinamento teórico precedente;

c. a Rosa+Cruz, oriunda da Rosa+Cruz Áurea alemã, fundada em 1570, e no seio da qual estudavam-se as doutrinas Iniciáticas tradicionais: gnose Alexandrina, cabala hebraica, paganismo eslavo.

Sem se darem conta, o clero ortodoxo e os jesuítas desencadearam uma ofensiva contra esse conjunto e seus dirigentes. Sabemos bem o que aconteceu depois. Uma associação de homens afortunados, apaixonados pelos ensinamentos de um homem como L.C. de Saint-Martin, ardente defensor da Revolução Francesa em sua célebre carta, não podia deixar de atrair acusações. Elas não faltaram. Seus membros foram colocados sob a suspeita de exigir de seus aderentes e por escrito uma declaração contrária a todos os princípios dos estados monárquicos; que se esforçavam para conquistar a boa vontade do povo distribuindo víveres e medicamentos; que escondiam em seus lares todo um arsenal destinado a armar uma tropa facciosa.

Foi assim que as prevenções tomaram corpo. O chefe de polícia recebeu ordem de cercar as casas e efetuar perquirições. Não eram encontrados nem canhões nem grandes quantidades de pólvora. Mas como eram todos eles grandes caçadores, naturalmente possuíam fuzis e carabinas, além de pistolas para as saídas noturnas. E tudo isto bem à vista. Pois foi o suficiente para sustentar as acusações, e nossos irmãos Martinistas e Maçons foram lançados às celas geladas da fortaleza de Schlüsselburg, pés e mãos acorrentados, na primavera de 1792. Só viriam a sair de lá em 6 de novembro de 1796, por um decreto de seu irmão, o Tzar Paulo I. Haviam lá permanecido cerca de cinco anos... No entanto, e para sermos justos, acrescentemos que (condenados à morte pelos tribunais, viram suas penas comutadas em quinze anos de detenção por Catarina II), isto provavelmente salvou-lhes a vida, pois não se vivia quinze anos nas celas de Schlüsselburg.

Thursday, October 27, 2005

Sâr Alden

H. Spencer Lewis, Ph.D., F.R.C.

Primeiro Imperator da A.M.O.R.C. das Américas do Norte e do Sul, e fundador de seu segundo ciclo de atividades no Hemisfério Ocidental; Membro do Supremo Conselho Rosacruz do Mundo; Legado da Ordem, na França, Ministro da Legação Estrangeira; Sacerdote Ordenado da Ashrama da Índia, Conselheiro Honorário da Corda-Fratres da Itália; Sri Sobhita, da Grande Loja Branca do Tibet; Rex, Universitatis Illuminat; Membro da Universidade de Andhara, Índia. Reitor da Universidade Rose-Croix.

Harvey Spencer Lewis nasceu em Frenchtown, New Jersey, em 25 de novembro de 1883, às 12h38m (hora astrológica correta). Seus pais dedicavam-se, na época, ao trabalho educacional e, assim, recebeu ele boa instrução, sendo levado mais tarde para New York com seus dois irmãos. Era de origem gaulesa, descendendo da família Lewis cujo grande antepassado foi Sir Robert Lewis e cujos outros descendentes incluíam Merry-Weather Lewis, da famosa expedição Lewis e Clark, e muitos outros, proeminentes na primitiva história americana.

Educado nas escolas da cidade de New York, uniu-se à Igreja Metodista e foi um dos primeiros membros do bem conhecido Templo Metropolitano Metodista do qual o Dr. Parkes Cadman foi o primeiro clérigo e maravilhoso promotor de grande bem.

Devotando-se aos estudos científicos ingressou também no mundo da arte, como profissão, e em muitas partes da América, atualmente, há pinturas a óleo, pastel e aquarela, assim como centenas de desenhos de sua fecunda pena. Muitos destes tornaram-se nacionalmente conhecidos. Antes de 21 anos assumiu a chefia das atividades artísticas especiais do New York Herald.

Quase nessa mesma ocasião foi eleito Presidente do Instituto de Pesquisas Psíquicas de New York, e entre os muitos colaboradores eficientes em seu trabalho estavam Ella Wheeler Wilcox e “Fra” Hubbard, fundador dos Roycrofters. Estes dois colaboraram, mais tarde, na fundação da Ordem Rosacruz na América e fizeram parte do primeiro Conselho Americano da Ordem quando o Dr. Lewis foi escolhido para Supremo Mestre da América.

Após muitos anos de contínuas pesquisas científicas e psíquicas, mesmo no campo da telegrafia sem fio (rádio) quando essa tecnologia era pouco conhecida, fez ele seu primeiro contato com o trabalho dos Rosacruzes que estabeleceram sua sede perto de Filadélfia, em 1694. Membro da Divisão Inglesa que apoiou o primeiro movimento na América, a senhora May Banks-Stacey, descendente de Oliver Cromwell e dos D'Arcys da França, colocou em suas mãos os documentos que lhe haviam sido oficialmente transmitidos pelo último dos primeiros Rosacruzes americanos, com a Jóia e o Signo de Autoridade por ela recebidos do Grande Mestre da Ordem na Índia durante o tempo em que foi Oficial do movimento naquele país.

Durante vários anos foi mantida correspondência com diferentes representantes das Jurisdições estrangeiras, até que investigação acurada pudesse ser feita para determinar o merecimento do Dr. Lewis para executar as incumbências então em seu poder. Finalmente em 1909 foi ele instruído a comparecer diante de determinados altos Oficiais da França. Visitou Toulouse, antigo centro do conclave internacional Rosacruz, e voltou daquele país em posse de maior autoridade. Esta e os documentos possuídos pela Soror Stacey foram apresentados a uma Comissão de mais de cem cidadãos americanos, sendo lançadas as bases para o reativamento decretado do trabalho na América, ficando a Soror Stacey como Grande Matre e o Dr. Lewis como Supremo Grande Mestre.

Desde aquela época muitos títulos honoríficos lhe foram conferidos por sociedades estrangeiras e americanas, academias, instituições científicas e corporações escolásticas.

Como cidadão americano havia sido citado como exemplo para condecoração honrosa com a Cruz de Honra e para Cavaleiro da Bandeira pela Associação da Bandeira dos Estados Unidos. Na Europa recebeu várias condecorações similares, inclusive a Cruz de Ouro dos Cavaleiros Templários de Jerusalém. Era membro ou Oficial de várias sociedades educacionais européias e americanas, e havia sido admitido aos Graus mais elevados de catorze, ou mais, das mais destacadas sociedades esotéricas, místicas e filosóficas do mundo, inclusive a Rose+Croix Kabalistique de France, Ordem Martinista da França, Bélgica e Suíça, Sociedade Alquímica Rose+Croix, da França, Samaritanos Incógnitos, da Europa, Fraternidade Bramânica, Ritos Egípcios de Mênfis e Misraim e outras; foi ele também um dos poucos iniciados a serem recebidos em um templo arcano de Luxor, Egito, em 1929. Foi distinguido com altas honras no Congresso Internacional da Federation Universelle des Ordres et Sociétés Initiatiques (F.U.D.O.S.I.) realizado em Bruxelas, Bélgica, em 1934. Foi o único Oficial Rosacruz na América do Norte a ser tão amplamente autorizado a representar os santuários antigos e esotéricos do mundo.

Sua esposa, Martha Morphier Lewis, descendente do famoso general francês Morphier, foi a primeira senhora na América a cruzar o Umbral da Ordem no novo regime, e seus quatro filhos foram instruídos no trabalho; seu filho, Ralph M. Lewis, serviu como Supremo Secretário da Ordem para as Américas do Norte e do Sul durante muitos anos.

O Dr. Lewis passou pela transição para a Grande Iniciação, em San Jose, Califórnia, às 15:15 hs., hora do Pacífico, na quarta-feira, 2 de agosto de 1939. Centenas de pessoas compareceram às exéquias e vários milhares de cartas, telegramas e cabogramas foram recebidos de todos os países civilizados do mundo manifestando pesar pela perda de sua presença física e personalidade, regozijando-se, porém, com sua final realização. De conformidade com desejo expresso em seu Último Testamento e Disposições, suas cinzas foram enterradas no Parque Rosacruz embaixo de um triângulo simbólico, na magnífica Capela Egípcia, reprodução de um templo do Egito no qual havia sido realizada uma iniciação. É agora visitada anualmente por grande número de membros, amigos e admiradores.

Wednesday, October 26, 2005

Orden de los Caballeros Martinistas

Llamada posteriormente Colegio de los Caballeros Martinistas, y actualmente Colegio del Templo del Hombre.

Si mencionamos esta Orden es porque entra dentro, en una de las dos orientaciones, de una intención y unos ritos resueltamente Martinistas. Sin embargo, toma poco a poco una orientación más ligada con el esoterismo y la caballería.

Esta orden fue fundada en 1980 por Pierre Crimetz, entonces principal responsable de la Orden Martinista Tradicional. Devino Soberano Gran Maestro mientras que su esposa devino Gran Maestra.

El nacimiento de esta Orden causó un gran clamor en el seno de la O.·.M.·.T.·. y de A.M.O.R.C. de la que Pierre Crimetz era uno de los altos dirigentes desde hacía muchos años. La O.·.M.·.T.·. estaba en cierta época bajo la dirección de Raymond Bernard, Legado Supremo para Europa y de Christian Bernard, Gran Maestro para Francia. Parece que el Legado Supremo estuvo ligado a la creación de esta Orden, aunque ningún texto oficial lo estipula. Citamos un extracto del folleto hablando sobre los inicios de esta Orden: “P. Crimetz contactó en 1980 con un alto responsable del dominio tradicional de la caballería (...). Recibió el jueves 23 de Octubre de 1980 una iniciación de alto grado, a partir de la cuál fue proclamado Fundador de la Orden de los Caballeros Martinistas. Esta ceremonia se desarrolló en un templo tradicional y auténtico en alguna parte de Europa. Durante esta ceremonia, el iniciador ofició en tanto que representante de la Tradición Primordial. Una veintena de Superiores Desconocidos han asistido a este acontecimiento excepcional en el dominio tradicional...”.

Contrariamente a las tradiciones Martinistas, ninguna filiación es mencionada, ningún lugar preciso, ninguna reseña. Una característica sobre la caballería sí que se menciona, pero no se precisa más.

Dejando de lado la naturaleza de la filiación Martinista, podemos preguntarnos sobre la filiación caballeresca. Podríamos pensar que se trata de una caballería espiritual sin origen histórico. Sin embargo, si ese fuera el caso, es preciso reconocer que puede perfectamente ser respetable y seria, aunque diferente de la que podría ser por filiación histórica.

Hemos sugerido los problemas que conoció la Orden en sus inicios. Se encontraba efectivamente acreditada y sostenida por el Legado Supremo de la O.·.M.·.T.·., R. Bernard, entonces Gran Maestro. C. Bernard, permanece, respecto a todo esto, en silencio. Una carta fue enviada a las Héptadas de la O.·.M.·.T.·. por el Legado Supremo explicando la dimisión de P. Crimetz en estos términos: “...Tengo el deber de informaros que nuestro querido hermano Pierre Crimetz abandona hoy su función y sus actividades en el seno de la Orden Martinista Tradicional para continuar su obra en otros servicios para el bien de la tradición. Su esposa, nuestra querida hermana Andrea Crimetz, también se va para asistirle en su tarea...”. Algunos, pocos, comprendieron, pero una parte de la O.·.M.·.T.·., miembros y dirigentes iniciaron una campaña de calumnias muy eficaz. Raymond Bernard fue obligado a redactar una segunda carta para calmar los ánimos.

La agitación de la O.·.M.·.T.·. no se calmó más que poco a poco, con el paso del tiempo. Las calumnias desaparecieron a gran escala. Al principio, en efecto, la O.·.M.·.T.·. tomó partido por aquél que encarnaba la mística tradicional y ello perturbó enormemente a los hermanos que vacilaban en seguir en el nuevo Orden. El tiempo de duda fue utilizado para contrarrestar este impacto y conservar el máximo de miembros.

Hemos querido insistir sobre las grandes líneas de esta creación para demostrar como una Orden puede constituirse y evolucionar. Algunos años después de su fundación la Orden cambia de expresión y toma el nombre de “Colegio de los Caballeros Martinistas”, para un tiempo después abandonar la expresión Martinista y devenir en el “Colegio del Templo del Hombre”. Remarquemos la asociación de conceptos entre la tradición Templaria y el nombre de una obra de Schwaller de Lubicz: “El templo del hombre”, correspondiente a un estudio muy personal del templo de Luxor, donde aparece una dimensión egipcia.

Intentemos mientras dar las grandes características de su enseñanza durante el periodo en el que la Orden tenía aun su denominación Martinista.

Durante los tres años que siguieron a su creación, los diversos ritos iniciáticos y de grupo eran próximos a aquellos practicados en la Orden Martinista Tradicional. La evolución de la orden acentúa el carácter caballeresco.

A nuestro entender el trabajo en la Orden se efectuaba en este momento de tres formas:

1º - a) Por la recepción de manuscritos de enseñanza tradicional elaborados por el Soberano Gran Maestro sobre los siguientes temas: El Martinismo, la Cábala, el simbolismo, la historia esotérica, la caballería,... Estos textos son dentro del conjunto mucho más serios y profundos que aquellos de la O.·.M.·.T.·. sin ser demasiado ortodoxos desde el punto de vista de la doctrina Martinista;

b) Por la recepción de manuscritos elaborados por el Gran Maestro concernientes al “arte de vivir” y que tratan de hecho de los problemas actuales y cotidianos de la vida de pareja.

2º - Por el trabajo en oratorio. Los manuscritos del Soberano Gran Maestro son leídos a los miembros. Conciernen a los mismos temas que por correspondencia. Un ejercicio místico es seguidamente practicado por el grupo antes de debatir los conocimientos adquiridos. Todo esto con los mismos inconvenientes que hemos anotado antes sobre la O.·.M.·.T.·..

3º - Por el trabajo desde los retiros: Los miembros son invitados a retirarse en la sede de la Orden para efectuar unos retiros de dos a tres días. En ellos los miembros reciben una enseñanza oral del Soberano Gran Maestro sobre temas operativos. Según la Orden se trata de prácticas Martinistas. Los miembros que hayan completado estos retiros siguen las enseñanzas en su oratorio privado y envían informes de sus trabajos. Precisemos que estos retiros están escalonados en grados, permitiendo franquear las iniciaciones de la Orden hasta el grado de caballero.

Esta práctica fue una especie de innovación dentro de las Órdenes esotéricas modernas y permite un conjunto serio de trabajos para los miembros en su domicilio. Es preciso reconocer sin embargo el freno indirecto derivado de estos retiros desde el punto de vista financiero. Según los textos que hemos consultado la enseñanza operativa es poco Martinista. Se trata de ritos de la Golden Dawn inglesa. Recordamos que la Golden Dawn es una orden mágica inglesa fundada sobre una práctica activa de la Cábala.

Concluimos el estudio de esta Orden con una carta que nos ha sido dirigida por su Soberano Gran Maestro en respuesta a la presentación que hemos hecho de su Orden. La reproducimos textualmente:

“Primeramente, quiero señalar que mi filiación Martinista es, por una parte, auténtica, ya que ella me ha sido conferida en su totalidad por Raymond BERNARD en 1966. La rama que constituye lo que se denominó al principio “Orden de los Caballeros Martinistas” no empieza entonces con mi filiación propia tras Christian Bernard, y según vuestro diagrama, sino directamente de Raymond BERNARD. Respecto a la filiación caballeresca, si os puedo decir que la ostento desde hace numerosos años, habiendo tenido el privilegio de haber servido dentro de A.M.O.R.C. y de tener ciertas funciones esotéricas importantes y sobretodo en cuanto Maestro de los Illuminati, he recibido ciertos legados concernientes a la Caballería Templaria. Así la ceremonia del 23 de Octubre de 1980, habilitándonos para constituir una nueva rama de la Tradición, no ha sido más que una confirmación de las filiaciones así como de la posibilidad de difundir o de retransmitir la influencia de la Caballería. Los rosacruces que pertenecían al círculo de los Illuminati saben muy bien que Raymond BERNARD poseía la filiación Templaria desde hacia tiempo, ya que la tenida ritual que condujo desde las ceremonias reservadas a los Illuminati no dejan ninguna duda.

Dicho esto, debo añadir, en lo concerniente a la Caballería, que el 27 de Diciembre de 1985, hemos sido armados “CABALLEROS DE LA ORDEN DE SAN MIGUEL” por el Caballero Michel SWYSEN, él mismo armado por Paul, Pierre, Jean NEYEU, Barón de Ginebra, nacido en la Fleche el 1º de Abril de 1882. “LA ORDEN DE SAN MIGUEL” llamada en nuestra época “ARCHICOMPAÑÍA MICHAELITA”, era en su esencia de estricta Observancia Cristiana Medieval y tenía línea directa con la Caballería Templaria. Su transmisión se ha efectuado a través de numerosas personalidades de la Historia, sobretodo algunos reyes de Francia y de España. [...]

Por lo que respecta a nuestra organización, su desarrollo y su expresión se continuan según un plan muy preciso. Su nombre de inicio ha sido “Orden de los Caballeros Martinistas”, después “Colegio de la Caballería Martinista” y después del 27 de Septiembre de 1986, lleva el nombre de “COLEGIO DEL TEMPLO DEL HOMBRE”. Este nombre concretiza la influencia Templaria que ya existía desde la creación, sin estar, sin embargo, definida con precisión, ya que las bases de partida eran Martinistas. No se trata pues, para nosotros, de reconstruir una Orden del Temple, sino, simplemente, de volver a los orígenes de una parte del Martinismo y, por otro lado, de una rama particular de la francmasonería. [...]

Sin embargo, continuamos enseñando y practicando aquello que se llama en nuestros días el “Martinismo” y que, de hecho, ha tenido su origen, y los archivos esotéricos lo prueba, en la antigua Caballería Templaria...”.

Pierre CRIMETZ
Soberano Gran Maestro

Tuesday, October 25, 2005

Comentários de Bernard Gorceix e Frances Yates sobre Christian Rosenkreutz

Bernard Gorceix, no prefácio que escreveu para o livro La Bible des Rose+Croix (P. U. F., 1970), chamara a atenção para o fato do tema do túmulo misterioso contendo um corpo morto e um tesouro precioso ser relativamente freqüente na literatura da Idade Média e na literatura alquímica: cita o exemplo da Tabula Chemica, de Ibn Umail, uma obra bem conhecida do século XVIII, em que se conta a visita a uma casa subterrânea cujas paredes estão cobertas de frescos e onde um ancião defunto aperta nas mãos um livro ilustrado. Gorceix cita ainda a lenda que circulava no tempo de Johann Valentin Andreae, segundo a qual ter-se-iam descoberto debaixo do grande altar de uma Igreja de Erfurt as obras de Basílio Valentin.

Uma das lendas ou fatos históricos que estariam por detrás do romance de Valentin Andreae foi contada a Wittemans por um certo Roesgen von Floss, respeitável antiquário batávio, sobre as seqüelas trágicas do assassinato em 1208 do legado pontifical Pierre Castelnau que desencadeou-se em uma perseguição feroz sob o pretexto de exterminar os Albigenses, movida por Inocêncio III à família Roesgen Germelshausen, tendo sido esta massacrada barbaramente e cujo castelo foi destruído e saqueado. Christian, o filho mais novo dos Germelshausen, teria sido o único que escapou com vida fugindo para o Oriente onde foi iniciado nos antigos segredos da Rosa+Cruz. De regresso à Europa, Christian renunciou ao nome de família e tomou o de Rosenkreutz.

O Rosacrucianismo, mau grado os antecedentes remotos que alguns lhe atribuem, entrou na história com os chamados Manifestos Rosacruzes publicados anonimamente em Cassel nos anos de 1614 e 1615: a Fama Fraternitatis e a Confessio. Estes manifestos evocavam um herói mítico, o “Pai” CRC, ou Christian Rosenkreutz (Cristão da Rosa+Cruz), presumido fundador de uma Ordem ou Fraternidade que assim se afirmava reativada. CRC teria vivido 106 anos. Segundo a Fama Fraternitatis, o túmulo cujo paradeiro estava esquecido foi descoberto 120 anos depois da sua morte por um dos seus sucessores que era arquiteto. Encontrava-se numa cripta de planta heptagonal em cujo centro, numa espécie de altar, se exibia uma placa de cobre amarelo com os seguintes dizeres: A C.R.C. HOC UNIVERSI COMPENDIUM VIVUS MIHI SEPULCRUM FECI.

Aos dois manifestos de Cassel, que despertaram grande excitação na época, veio acrescentar-se em 1616 um estranho romance alquímico, As Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz, cujo herói parece ligado a uma Ordem que tinha por emblema uma cruz vermelha e rosas da mesma cor. O romance foi escrito por Johann Valentin Andreae, que veio ao mundo em 1586, em Wurttenberg, neto de um distinto teólogo conhecido por: “o Lutero de Wurttenberg”.

Valentin Andreae estudou na Universidade de Tübingen. As Bodas teriam sido escritas a partir da sua autobiografia, por volta de 1602-1603, isto é, quando o precoce autor contava 16 ou 17 anos. Ao que parece, antes de 1614, e segundo alguns, até mesmo entre 1602 e 1603, já circulavam manuscritos da Fama; uma das hipóteses é que o pai de Johann Valentin, Jacob Andreae (já falecido em 1601) tenha sido o autor das Bodas, talvez com a colaboração do seu círculo de amigos. Em 1603, com 17 anos, o jovem Johann Valentin compôs duas peças de teatro de estilo Isabelino. Há registros de que J. V. Andreae escreveu com apenas 16 ou 17 anos as Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz. Será difícil contestar que ele tenha escrito este livro. Contudo, o livro, escrito nessa idade e (se acreditarmos nas suas palavras, não há razão para duvidar delas) como gracejo, é uma grande história simbólica, válida em si. O teatro Isabelino exerceu grande influência sobre Andreae, que visitou Wurttenberg por ocasião da investidura do duque Frederico I - um anglófilo muito interessado em alquimia e ocultismo - na Ordem de Cavalaria da Jarreteira (Order of the Garter), cerimônia que teve lugar em Stuttgart, 1603; a embaixada enviada pelo Rei inglês Jaime I incluía músicos, comediantes e atores, que seguidamente representaram noutros lugares do ducado, incluindo a Universidade de Tübingen, onde estudava então o jovem Andreae. As suas Bodas Alquímicas refletem o brilhantismo dessas festas e cerimônias, bem como o fascínio das representações teatrais que então tiveram lugar.

Nesse mesmo ano, foi dedicado ao Duque Frederico uma obra intitulada Naometria, da autoria de Simon Studion, manuscrito nunca publicado, guardado na Landesbibliothek de Stuttgart e que hoje já pode ser consultada em micro-filmes. Trata-se de um texto extensíssimo, profético-apocalíptico, que usa a numerologia baseada nas descrições bíblicas das medidas do Templo de Salomão e que, a partir da simbologia das datas bíblicas e da história européia, traça profecias acerca de acontecimentos futuros, tais como o fim do reino do Anticristo, a queda do Papa e da Religião de Maomé e o começo do Millenium (que na sua interpretação ocorreria por volta de 1623). Andreae conheceu a obra de Simon Studion e refere-se às suas profecias num livro publicado em 1619, Turris Babel, no qual as relaciona (de modo obscuro, para usar as palavras de Frances Yates, grande especialista do Rosacrucianismo) com os escritos de Joaquim de Fiore, Santa Brígida, Lichtenberg, Paracelso, Guillaume Postel e outros Iluminados.

Frances Yates

Os conflitos da Reforma e da Contra-Reforma originaram movimentos passionais, “reformadores” ou “anti-heréticos”, proféticos e anunciadores quer de catástrofes terríveis, quer de uma renascença moral e religiosa que iria conduzir a uma próxima concórdia universal. Os manifestos Rosacrucianos e as Bodas Alquímicas são um eco dos conflitos dessa época, como escreveu Antoine Faivre no volume I da sua obra Accès de l`ésotérisme occidental (Gallimard, 1996, nova edição revista): “atacam o dogmatismo dos príncipes e das Igrejas, o «césaro-papismo luterano e calvinista», anunciam uma reforma geral, uma subversão e uma salutar restauração que se fazem sentir de modo angustiante”.

É nesse clima de efervescência espiritual que se situa a lenda dinâmica de Christian Rosenkreutz, com a sua peregrinação ao Oriente e o seu regresso às origens cristãs reencontradas. Infelizmente, a Guerra dos Trinta Anos iria dissipar as promessas de um momento de exaltação criadora. Um grande movimento dos espíritos acompanhava essas batalhas, essas tragédias e essas esperanças: velhos profetismos de origem joaquimita e templária, alimentados pelas correntes franciscanas e pelo milenarismo Paraclético. Lembraremos também a atmosfera febril de escritos anônimos, de milagres e prodígios, de visões e profecias que reinou nessa época. A aparição de cometas anunciava catástrofes, as estrelas prometiam aos homens de coração e de fé muitos favores divinos e velhos mitos semi-esquecidos voltavam à superfície das memórias. Viu-se assim emergir quase ao mesmo tempo, como que surdindo de uma mesma nascente, o mito de Christian Rosenkreutz na Alemanha. Um outro autor eminente e especialista da Rosa+Cruz, o Prof. Roland Edighoffer, escreveu na óptica das Bodas Alquímicas, que os cavaleiros da Pedra de Ouro conheceram e comprovaram pela graça divina, a alquimia regenerativa. Transformados em amigos de Deus, podem e devem estudar o admirável mecanismo do Universo. Não sofrem da cegueira pretensiosa daqueles que se glorificam e orgulham do poder absoluto do homem; é Deus, ao regenerá-los, que lhes abre os olhos à contemplação das maravilhas da Natureza. A Mônada Hieroglífica de John Dee é usada como símbolo da perfeita unidade, como o Alpha e o Ômega, passagem da Trindade à Quaternidade, englobando a criação no sacrifício regenerador da cruz, como hierogamia do Criador com a sua criação, para usar as palavras do Prof. Edighoffer. A grande Fraternidade é cristã no seu nome, cristã nos seus dois Magnos Símbolos, cristã e católica (embora não-romana) nas suas dedicações.

Os Rosacruzes eram, é certo, cabalistas, como eram em dois sentidos, alquimistas; mas eram cabalistas cristãos, como eram (sobretudo) alquimistas espirituais. Como vários outros, aproveitaram-se da Cabala e deram-lhe um sentido e um complemento cristãos. Gorceix considerou uma das preocupações maiores dos Rosacruzes do século XVII, manifestada através da alquimia, a vontade de criar uma filosofia nova que deverá conciliar o conhecimento e a fé, a razão e o espírito, em um intuito que tinham por certo que no Quinto Império dar-se-iam a reunião das duas forças separadas há muito, mas que de há muito se aproximam: o lado esquerdo do saber, a ciência, o raciocínio, a especulação intelectual; e o seu lado direito, o conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e cabalística. Essa aliança, essa fusão, representa na Terra aquilo que corresponde à hierogamia do Criador com a sua criação de que fala Edighoffer: “ela responde a uma das aspirações universais e eternas da humanidade”.

Monday, October 24, 2005

Las Sociedades Iniciáticas y la F.U.D.O.S.I.


La Orden Martinista

La más célebre de las sociedades iniciáticas ocultistas a comienzos de siglo era, incontestablemente, la Orden Martinista, de la cual Papus (cuyo nombre verdadero era Gérard Encausse, 1865-1916) fue en cierto modo el presidente-fundador. Esta Orden tuvo um inmenso éxito y todavía hoy (en sus diferentes ramificaciones) es una de las más importantes escuelas esotéricas de Francia, unánimemente respetada en los círculos masónicos y espiritualistas.

La Orden nació del encuentro de Papus y Augustin Chaboseau, que habrían tenido, cada uno, una filiación iniciática que se remontaría a la filosofía mística de Louis Claude de Saint- Martin (1743-1803), discípulo de Martínez de Pasqually (1727-1774). En 1888, o puede que antes, Papus y Chaboseau intercambiaron sus respectivas iniciaciones y crearon la «Orden Martinista», cuyo «Supremo Consejo» fue creado en 1891. Estaba formado por doce miembros y, además de Papus que lo dirigía, formaban parte de él: Augustin Chaboseau, evidentemente, Stanislas de Guaita, Lucien Chamuel, Paul Sédir, Paul Adam, Marc Haven, Julien Lejay, Georges Monitére, Charles Barlet, Jacques Burguet y Victor-Emile Michelet.

De hecho, parece que ese primer Supremo Consejo martínista fue idéntico a la «Cámara de Dirección» de la Orden Cabalística de la Rosacruz. El martinismo, tal cual era concebido por Papus, era una forma de teosofía cristiana o de cristianismo esotérico, basada esencialmente en la doctrina de Louis Claude de Saint-Martin, inspirada a su vez en las enseñanzas de Martínez de Pasqually y en las obras de Jacob Boehme.

La filosofía de la Orden Martinista estuvo muy influenciada por lo tanto por lãs enseñanzas del Maestro Philippe de Lyon y por las de Saint-Yves d’Alveydre, respectivamente «maestro espiritual» y «maestro intelectual» de Papus. Los términos «martinismo» y «martinista», que existen desde finales del siglo XVIII, hacen referencia tanto a Louis Claude de Saint- Martin como a Martinez de Pasqually (en Rusia, el término martinista se aplicaba generalmente a los masones que practicaban el Rito Escocés Rectificado). En ocasiones, se utiliza también el término «martinezismo» para designar específicamente la doctrina de Martínez de Pasqually, más ocultista y masónica, en contraposición a la de Louis Claude de Saint-Martin, más mística y cristiana.

La Orden Martinista de Papus era una creación nueva y no el resurgir de uma Orden em hibernación (lo que hubiera sido el caso si se hubiera intentado restablecer la Orden de los Elegidos Cohen de Martínez de Pasqually). Reuniendo la documentación antigua disponible se elaboró un ritual, el cual redactó en su versión definitiva Charles Détré (llamado Téder), que se publicó en 1913. La Orden comprendía cuatro grados: Asociado, Asociado Iniciado, Superior Desconocido y Superior Desconocido Iniciador. Su fuerza residia en su descentralización, siendo cada Maestro de logia por completo responsable tanto de su gestión como de su actividad local, teniendo los Iniciadores capacidad para iniciar en los tres primeros grados fuera incluso del marco institucional de la logia.

La Orden Martinista era una especie de organización esotérica de masas, uma especie de vivero en el que se podía seleccionar a los mejores adeptos para introducirlos em organizaciones más selectivas, como la Rosacruz Cabalística o la FIL. Su órgano oficial era la célebre revista L’Initiation, que apareció desde 1888 hasta 1912 y, posteriormente, Mysteria desde 1913 hasta 1914. La Orden tuvo un éxito prodigioso y se difundió por todo el mundo. En 1898 comprendía 112 logias de las que 27 eran francesas, 36 del resto de Europa, 36 de los Estados Unidos, 9 de Hispanoamérica, 2 de Tonkin, 1 de Egipto y 1 de Túnez.

Después, la Orden siguió desarrollándose, sobre todo en Francia, en Europa, em Egipto y em las colonias francesas, de tal modo que en vísperas de la Gran Guerra, había más de 160 logias regulares.

Posteriormente, se puso en duda la validez de las filiaciones de Papus y Chaboseau y, por tanto, la validez iniciática de su Orden Martinista. No obstante, esos mismos que dudaban de la legitimidad de Papus y Chaboseau intentaron conseguir un lugar preponderante en la Orden que estaban criticando, invocando unas filiaciones pretendidamente más auténticas, em concreto la filiación «lionesa» (surgida de Willermoz) y la filiación «rusa» (trasmitida por los martinistas rusos, que se refugiaron en Francia tras la revolución rusa).

Sinarquía, Martinismo y Rosacruz en el período entreguerras

Martinismo y Sinarquía

La sinarquía de Saint-Yves d’Alveydre


Sabemos que Papus decía que tenía dos maestros: un maestro «espiritual», el “Maestro Philippe de Lyon”, y un maestro «intelectual», el marqués Alexandre Saint-Yves d’Alveydre (1842-1909). Éste se había dedicado a estudiar la filosofia esotérica de la historia, con lo que renovaba los trabajos de Antoine Fabre d’Olivet (1768-1825), sobre todo Histoíre philosophíque du genre humain, de la que había tomado muchas cosas; pero introduciéndolas en un sistema muy distinto y tremendamente original. Saint-Yves D’Alveydre, por medio de sus obras (Mission des Souveraíns, Mission des Ouvríers, Missiou des Juifs, Mission de la Inde, Mission des Françaís, etc.) proponía la constitución de um gobierno ideal, la «Sinarquía», basado en una visión espiritual del Mundo y de los principios que hoy dia llamaríamos sociobiológicos. Según su etimologia (gobierno del grupo), la sinarquía es um gobierno ejercido por colegios de responsables superiores.

El ideal sinárquico había influido en el conjunto de los martinista y de los ocultistas de principios de siglo. Imaginaban que, mediante la sinarquía, los principios de armonía cósmica regenerarían la política de los Estados y resolverían todos los problemas de la sociedad. La mayoría de los esoteristas, hasta Segunda Guerra Mundial, se proclamaban sinarquistas abiertamente, y em modo alguno se trataba para ellos de conspirar en la clandestinidad. Barlet escribió L’evolutíon sociale en 1900 y Sair (Dr. Auguste Edouard Chauvet) publicó en 1912 L’Etat social vrai, refiriéndose ambos explícitamente a Saint Yves d’Alveydre. Las mismas ideas se encuentran en Le triple aspect de la question sociale de Rudolf Steiner (1919). Los partidarios de la sinarquía proponían por lo general una especie de federalismo (comuna, región, nación, imperio, etc.) acompañado de la sustitución de la Asamblea Nacional y del Senado por tres consejos: un Consejo Cultural, correspondiente al principio de «autoridad espiritual», del cual dependerían los cultos, el arte, la enseñanza y la investigación científica; un Consejo Judicial, correspondiente al principio del «poder temporal», del cual, además de la justicia, dependerían la policía, el ejército y los asuntos exteriores; y, por último, un Consejo Económico, en el que estarían representados todos los sindicatos profesionales, obreros y patronales, y del que dependerían, entre otras, las cuestiones monetarias. Uma de las ambiciones de los sinarquistas era crear una sociedad ideal sin lucha de clases y quitar el poder de manos de los «políticos» para confiárselo a «especialistas verdaderamente competentes».

Los tres consejos corresponden, según los sinarquistas ocultistas, a las três partes que constituyen la persona humana (espíritu, cuerpo astral y cuerpo físico). Es interesante constatar que corresponden también a las tres funciones sociales fundamentales que el erudito Georges Dumezil (probablemente influído por el pensamiento alveydriano) encontró en todos los antiguos pueblos indo-europeos («sacerdotes y doctores», «guerreros» y «campesinos y productores») y que subsistían en el Antiguo Régimen en el Clero, la Nobleza y el Tercer Estado.

Las dos tendencias del ocultismo francés y la acción sinarquista

Tras la Primera Guerra Mundial, el imperio iniciático de Papus se deshizo. No apareció ninguna personalidad que fuera capaz de reunir todas sus cualidades de escritor, pedagogo, organizador, federalizador y con la capacidad para llevar a cabo su papel de animador universalmente aceptado. Todos se pelearon por su herencia. No hubo ninguna reunión de todos los antiguos miembros del Supremo Consejo Martinista para decidir quien sería el nuevo Gran Maestro y dos intentaron despertar las organizaciones papusianas en su beneficio. No obstante, conviene distinguir dos grandes movimientos entre los se dividieron la mayor parte de los esoteristas.

Primero, el movimiento liones de Bricaud (y posteriormente de Chevillon), que había capitalizado la Ordo de Menfis-Misraim; la Orden Martinista (llamada de Lyon); la Iglesia Católica Gnóstica; y la Orden Rosacruz Cabalística y Gnóstica. Segundo, un movimiento más discreto y disperso que incluía la Orden Martinista y Sinárquica, fundada por Victor Blanchard em 1921; la Orden Martinista Tradicional, constituida por Augustin Ghaboseau y Victor-Emile Michelet en 1931; la Orden Cabalística de la Rosacruz y la Iglesia Gnóstica Universal, presididas en esa época por Chamuel; la Sociedad Alquímica de Francia de Jollivet Gastelot; y, en cierta medida, la Fraternidad Polar, que dirigió Victor Blanchard a partir de 1933. Fue este segundo movimiento el que constituiria el núcleo francés de la F.U.D.O.S.I..

Ahora bien, pese a su rivalidad, los dirigentes de esas organizaciones, sobre todo las ordenes martinistas, se interesaban todos por la difusión del ideal sinárquico, lo que fue el caso, no sólo de Blanchard con su Orden Martinista y Sinárquica, sino también el de otros Grandes Maestros de la época, aunque no se sabe demasiado bien cómo conciliaban esa ideología con su apoyo a la causa naundorfista. En su momento, el propio Papus había intentado tener influencia política, sobre todo en la corte rusa, en donde la tradición martinista todavia estaba viva. Según Victor-Emile Michelet «el último czar de todas las Rusias [Nicolás II] fue, al igual que su abuelo Alejandro, iniciado en el martinismo. Algunos saben que esa es una de las razones por las cuales se mantuvo fiel a la alianza francesa, pese a las presiones ejercidas sobre él para separarle de ella». Según otras fuentes, tras la muerte de Papus (en 1916) en plena guerra, el Hermano Georges Lagréze fue designado por Glémenceau para dirigir uma delegación martinista de cinco miembro que, en 1917, fue, vía Estocolmo, a intentar conseguir de Kerenski (que era martinista) que Rusia no abandonara a los aliados.

Victor-Emile Michelet escribió sobre las teorías de Saint Yves d’Alveydre: «Puede que un día me esté permitido contar cómo, en 1919, las enseñanzas del pasado fracasaron al intentar penetrar en la reconstrucción de Europa y cómo el adverso genio de la tierra aportó su gloriosa oposición». Dirigentes martinistas como Papus, Blanchard, Lagréze o Michelet tuvieron sin duda la ambición de influir secretamente en el curso de los acontecimientos políticos, sobre todo mediante la difusión de los ideales sinárquicos. Es probable que Bricaud, Chevillon y Chaboseau tuvieran los mismos sueños; dejando a un lado algunas intervenciones concretas, como la de Rusia, esas personalidades martinistas apenas se hicieron notar con su actuación política en el mundo «profano», y ésta sólo fue ejercida en el marco oculto de sus logias durante la lectura de «planchas» dedicadas a reconstruir el mundo los principios del martinismo.

Conviene, no obstante, tratar como caso a parte a Jollivet Castelot, que es tuvo muy metido en su combate por el «comunismo espiritualista» y cuya actuación tuvo algún eco más, así como a una sociedad como el «Movimiento Sinárquico de Imperio».

Victor Blanchard y la Orden Martinista y Sinárquica

Victor Blanchard (1878-1953) fue, en el período de entreguerras, Soberano Gran Maestro de la Orden Martinista y Sinárquica, con el nombre iniciático de Paul Yésir. Era por entonces un importante funcionario de la administración, que accedió a la función de Jefe de la Secretaría General de la Presidência de la Cámara de los Diputados. Había sido un estrecho colaborador de Papus, junto al cual organizó el congreso espiritualista de junio de 1908. Durante algún tiempo unido a Guénon, se separó de él debido al asunto de la Orden del Temple Renovado. Además, era un discípulo y una gran admirador de Saint-Yves d’Alveydre. Según Jean Mallinger, «sus conocimientos sobre magnetismo e hierología eran notables».

Tras la guerra, Blanchard no reconoció el Gran Maestrazgo de Bricaud al frente de los martinistas y fundó, junto a algunos antiguos miembros del Supremo Consejo, su propia Orden Martinista y Sinárquica, el 3 de enero de 1921. Al carecer de reglas bien definidas en cuanto al nombramiento o la sucesión del Gran Maestro (la Orden Martinista había sido fundada por el propio Papus), es imposible decir quien de ellos, Bricaud o Blanchard, era el legítimo Gran Maestro. Por otra parte, existían diferencias entre los dos ordenes martinistas. Bricaud, que se consideraba en la tradición de Elegidos Cohen de Martínez de Pasqually y de Willermoz, sólo permitía el acceso a la Orden de los varones y sólo aceptaba francmasones con el grado de Maestro, continuando así los intentos de Téder por acercar el martinismo y la masonería. Blanchard, que seguía ligado al sincretismo esotérico tal cual lo había practicado Papus, admitia como éste a las mujeres y no exigía ninguna cualificación masónica. Blanchard reivindicaba también a Saint-Yves d’Alveydre; añadió al título de su Orden el epíteto «sinárquica». Es indudable que, trabajando en la secretaría de la Cámara de los Diputados, soñó com influir con sus actuación oculta en el discurso de los acontecimientos políticos. Se comprende entonces que, seguidamente, les fuera fácil a las oficinas antimasónicas utilizar el nombre (Orden Martinista y Sinárquica) y la fecha de fundación (1921) de la «sociedad secreta» de Blanchard como pruebas de la existencia, incluso de la antigüedad, del «complot sinárquico». No obstante, lo cierto es que no encontramos ningún resto de Blanchard ni de su movimiento en los acontecimientos políticos de la época y que tampoco se conoce ninguna obra escrita por él sobre la sinarquía.

En el período entreguerras, además del martinismo, Victor Blanchard era masón del Gran Oriente (donde fue miembro del Gran Colegio de los Ritos), así como alto dignatario de muchas capillas ocultas: la Iglesia Gnóstica Universal (con el nombre de Tau Targelius) y la Orden Cabalística de la Rosacruz, organizaciones dirigidas por Lucien Mauchel, llamado Chamuel, distintas ambas de la Iglesia Católica Gnóstica y de la Orden de la Rosacruz Cabalística y Gnóstica, dirigidas por Bricaud y posteriormente por Chevillon; la Orden del Lis y del Águila, en la que era Comendador desde 1918; la Fraternidad de los Polares, de la que era presidente desde 1933 (al menos del grupo de París); y, finalmente, de la Orden Pitagórica, en la cual, gracias a los lazos creados por la F.U.D.O.S.I., obtuvo el cuarto y último grado así como el título de «Arconte de las Ciencias y de las Artes».

Victor Blanchard fue uno de los entusiastas fundadores de la F.U.D.O.S.I., que le permitió continuar la acción internacional comenzada en junio de 1908 y le confería una nueva legitimidad frente a Chevillon. En 1934 se convirtió en uno de los tres «Emperadores», com jurisdicción especial sobre el martinismo y el Oriente; pero, como veremos, fue reemplazado en 1939 por Augustin Chaboseau.


Las Sociedades Rosacruces a la búsqueda de un Mundo Nuevo

Jollivet Castelot y el comunismo espiritualista

François Jollivet Castelot había seguido una vía independiente y original. Se había separado de Papus en 1904 y con un pequeño grupo de discípulos, reunidos en la Sociedad Alquímica de Francia, continuaba sus investigaciones transmutatorias. Si creemos su novela autobiográfica, Le destin ou los fils d’Hermes (pág. 327), alcanzó el cuarto grado (llamado «Hermano Iluminado de la Rosacruz») de la Rosacruz Cabalística mientras Barlet era el Gran Maestro de la Orden. Parece que, en relación con la Sociedad Alquímica de Francia, tras la Primera Guerra Mundial creó un círculo interno llamado justamente «Cofradía de los Hermanos Iluminados de la Rosacruz» independientemente de Blanchard y de Bricaud, que se disputaban la herencia cabalística de Papus.

Jollivet Castelot era un hombre al que le apasionaban las realizaciones prácticas, que no quería um recorrido espiritual limitado a la meditación o al estudio de los símbolos. Pensaba que el verdadero adepto debía investirse en el mundo. De modo que aspiraba a que sus investigaciones pudieran ser utilizadas para el avance de la ciencia oficial y no dejaba de proponer a eruditos que examinaran los resultados de sus trabajos. También se metió en política, primero en el Partido Comunista Francés y, tras haber sido expulsado de él, em la “Unión Comunista Espiritualista”, que fundó él mismo en 1927.

Junto a todos los que se decían iniciado de su época, Jollivet Castelot es, el único rosacruz francês que siguió en la auténtica tradición de la Fama y de la Confessio, y su vida y obra, que merecen ser estudiadas, son un ejemplo a seguir para aquellos que quieran armonizar la evolución espiritual y la vida terrena. Al igual que los primeros rosacruces del siglo XVII, se consagró a la vez a la búsqueda alquímica, la reforma de las instituciones políticas y la mejora de la suerte de la humanidad. Los títulos de su obras demuestran lo diverso de sus intereses y de sus trabajos, por ejemplo, de entre más de una veintena de libros destacan: La science alchimique (1904), Sociologie et fouriérisme (1908), La médicine spagyrique (1912), Le communisme spiritualiste (1925), La révolution chimíque et la transmutation des métaux (1925), Príncipes d’économie sociale non matéríaliste (1928) y La loí de l’Histoire (1933). En 1896, Jollivet Castelot había creado una revista titulada L’Hyperchímie, que en 1902 se convirtió em Rosa Alchemica de 1904 a 1914 en Nouveaux Horizonts de la Science et de la Pensée y, a partir de 1920, en La Rose+Croix. En el número de enero de 1921, un artículo firmado por «un Hermano de la R+C» propuso como remedio para los males de Europa la sinarquía, presentada como «la síntesis viva del individualismo (anarquía) y del colectivismo (socialismo)». En el artículo titulado «El despertar del clericalismo y el deber de los Rosa+Cruz» (noviembre de 1921), el doctor Joseph Ferrua estigmatiza la «renovación de la alianza del sacerdote y el soldado» y declara que los Hermanos Rosacruces lucharán contra la internacional reaccionaria suscitada por el clericalismo italiano, «igual que hicieron antaño contra los proveedores de cárceles y de hogueras, contra todas las potencias de la tierra que ahogaban la voz de la razón y del libre pensamiento».

Hasta el final de su vida, Jollivet Castelot no dejó de combatir en su revista al fascismo y al nazismo y de proponer su comunismo espiritualista, que se decía conforme a los principios de la sinarquía, así como federalista, pacifista y libertario. A partir de enero de 1935, por influencia de August Reichel (llamado Fra Amertis), alquimista alemán que residía en Suiza, La Rose+Croix, que era el órgano oficial de la Sociedad Alquímica de Francia, se convirtió también en el órgano oficial de las ramas francesa y suiza de la A.M.O.R.C.. No obstante, esta colaboración no tardaría en terminar, debido tanto a la expulsión de Reichel de la A.M.O.R.C. y de la F.U.D.O.S.I., en 1936, como de la muerte en 1937 de Jollivet Castelot. La Rose+Croix dejó entonces de aparecer.

Sâr Hieronymus y la Rosacruz belga
En el período entreguerras, el más importante dirigente rosacruz de Bélgica fue Emile Dantinne (1884-1969), muy conocido también por su nombre iniciático de Sâr Hieronymus; pero su apellido exacto era Dantine, que parece haber transformado en Dantine por razones cabalísticas o numerológicas. Además del movimiento rosacruz, Sâr Hieronymus era el impulsor en su país de la Orden Martinista y de la Orden Pitagórica; sin embargo, no era muy favorable a la masonería, mientras que muchos de sus discípulos, sobre todo Jean Mallinger, eran miembros de Menfis-Misraim.

Emile Dantinne era funcionario de la administración de Telégrafos y Teléfonos y de la biblioteca de la ciudad de Huy-sur-Meuse. Era muy conocido en el mundo de las letras em Bélgica por sus numerosas antologías de poesía y cuentos tradicionales, así como por sus estudios sobre la historia y el folclore de Valonia. Era también un orientalista, especialista em hebreo, árabe, sumerio y tibetano; muchos de su estudios sobre esoterismo musulmán aparecieron en la antigua revista Inconnnues. También fue el autor de un libro pequeño, pero excelente, L’oeuvre et la pensée de Péladan (1948), que permite familiarizarse fácilmente con la filosofía rosacruz de Sâr Merodack, sin perderse en los meandros de su demasiado voluminosa bibliografía.

Como muchos esoteristas de su tiempo (por ejemplo Augustin Chaboseau y su hijo Jean Chaboseau), Emile Dantinne era un naundorfista convencido; además, uno de sus principales adjuntos, monseñor André Cordonnier (llamado Sar Oregorius), obispo de la Iglesia Católica Liberal, era capellán de la família Bourbon-Naundorff de Holanda. Tras la Primera Guerra Mundial, Sar Hieronymus se propuso despertar las diversas sociedades iniciáticas belgas, em concreto los grupos rosacruces fundados por Joséphin Péladan durante sus viajes al país. Sâr Hieronymus proyectaba también armonizar las doctrinas de diversas tradiciones esotéricas occidentales, confrontando sus enseñanzas com las conclusiones de la ciencia moderna. Con esa intención había fundado grupos de estudio como la CRSO (Comisión de Investigaciones Científicas sobre el Ocultismo) en Huy-sur-Meuse, y posteriormente el Instituto de Estúdios Superiores Psicológicos y la Sociedad Metafísica em Bruselas; también impulsaba órdenes iniciáticas tales como la Rosacruz Interior (un círculo muy cerrado que continuó a partir de 1919 la Orden Rosacruz de Péladan), la Orden Rosacruz Universitária (creada en 1923 en Lovaina y destinada a los estudiantes y universitarios) y la Orden Pitagórica («despertada» en 1927), llamada también «de Hermes Tetramegisto». Em esos grupos, uno de los principales adjuntos de Sar Hieronimus era el abogado Jean Mallinger, llamado Sar Elgim (Ostende 1904 - Bruselas 1982).

La Rosacruz Universitaria era el umbral de acceso a la Rosacuz Interior. La primera comprendía los nueves grados de la Rosacruz de Oro del siglo XVIII: Zelator 1º, Theoreticus 2º, Practicus 3º, Phillosophus 4º, Adeptus Minor 5º, Adeptus Major 6º, Adeptus Exemptus 7º, Magister Templi 8º, Magus 9º. La segunda comprendía los tres grados de la Rosacruz Católica de Péladan - Escudero 10º, Caballero 11º y Comendador 12º - a los cuales se añadió un cuarto grado, Imperator (13º). Posteriormente, la Rosacruz Interior, que se decía continuadora de la Rosacruz Católica de Péladan, tomó el nombre de Rosacruz Universal, basándose en el hecho de que «católica» puede interpretarse como «universal». Finalmente, la expresión «Rosacruz Universal» sirvió para nombrar al conjunto de la Orden Rosacruz de Hieronymus, incluida la Rosacruz Universitaria.

En 1930, Sâr Hieronymus consideró que el trabajo de sus grupos de estudio y de sus órdenes iniciáticas estaban lo bastante avanzados como para poder dialogar con otras fraternidades y crear con ellas una federación con tres objetivos: armonizar las enseñanzas, en especial las de las fraternidades que decían tener una misma tradición (por ejemplo la rosacruz); ejercer en el plano práctico uma acción coordinada dirigida hacia el mundo exterior (por ejemplo, la difusión de ciertos ideales o de ciertos conocimientos); y, por último, protegerse de la acción de los diversos «aventureros de lo oculto».

También se puso en contacto con los dirigentes de diferentes movimientos inciáticos; bajo el patronazgo de la Rosacruz Universitaria tuvo lugar, el 20 de marzo de 1932, en Bruselas, uma primera asamblea inter-iniciática que reunía a la Rosacruz Universitaria, la Orden de Hermes Tetramegisto, la Orden de los Odd Fellows, el Rito de Menfis-Misraim de Bélgica y la Orden Brahmanista; pero los contactos no fueron fructíferos con los Odd Fellows ni con la Orden Brahmanista. No obstante, de resultas, en 1933 se establecieron relaciones fructuosas con la Orden Martinista y Sinárquica, el A.M.O.R.C. de América y la Rosacruz Suiza de Reichel y Bertholet. El proyecto de unión espiritualista de Sâr Hieronymus coincidia plenamente con los deseos de Victor Blanchard y de Spencer Lewis, y com bastante rapidez se iba a crear, en agosto de 1934, la F.U.D.O.S.I. (Federación Universal de Órdenes y Sociedades Inicíáticas). Parece que en el origen de la F.U.D.O.S.I. también tuvo que ver la idea de que la cuna histórica de la Iniciación se encontraba en Egipto. Desde allí, la tradición iniciática se habría transmitido a Occidente por intermedio del pitagorismo y el hermetismo alejandrino y, posteriormente, por médio de la corriente rosacruz y la masonería egipcia; pero no está muy claro si el eje de la federación tênia que ser la rosacruz o la masonería egipcia. Parece que fue la segunda la que prevaleció, a comienzos de 1934, probablemente por influencia de Jean Mallinger, y que fue entonces cuando se creó el «Consejo Internacional de Órdenes Orientales», cuyo símbolo principal era Misraim. Sin embargo, el Consejo terminó dejando su sitio a la F.U.D.O.S.I., organizada esencialmente en torno a la tradición rosacruz.

Los Polares

La Fraternidad de los Polares, que estuvo muy activa durante los años 1930, tiene gran interés para nosotros porque: se sitúa en la tradición rosacruz; fue creada por dos italianos, Mario Fille y Cesare Accomani, y por ello nace de la corriente hermética italiana, que tan importante fue en la génesis de los movimientos rosacruces y de la masonería egipcia; estos dos italianos se conocieron en Egipto, lugar obligado de peregrinación para todos los iniciados; los Polares excavaron en Montsegur, al que consideraban como el castillo del Grial, y con ello contribuyeron al desarrollo del mito del Grial pirenaico, cuyo iniciador fue Péladan; algunos de ellos fueron los propagadores del ideal sinárquico; y, por último, la Fraternidad Polar fue, por un momento, miembro de la F.U.D.O.S.I..

Según la leyenda de su formación, la Fraternidad de los Polares tiene su origen en el encuentro, en 1908, al norte de Roma, entre Mario Fille y un misterioso eremita, el padre Julien. Este habría entregado a Mario Fille un método adivinatorio, el «oráculo de la fuerza astral», al que éste no concedió demasiada importancia en un principio. Unos diez años más tarde, Mario Filie conoció em Egipto a un compatriota, Cesare Accomani, que se entusiasmo por el método, basado en principios numerológicos. Ambos experimentaron con el oráculo; entonces se dieron cuenta de su poder, particularmente eficaz, que permitia entrar en contacto con el «Centro Esotérico Rosacruz del Himalaya», que se proponía preparar «el advenimiento del Espíritu bajo el signo de la Rosa y la Cruz». Según sus palabras, en 1929 el oráculo les confió la misión de reconstituir la Fraternidad de los Polares, cuyos «miembros se había dispersado en el siglo XV debido al odio que se le tenía a la Verdadera Luz» y les indicó que su dirección había de establecerse en París. En 1930 apareció el manifiesto de la Fraternidad Polar, Asia mysteriosa, firmado por Zam Bhotiva (seudónimo de Cesare Accomani) y su templo se instaló en el 36 de la avenida Junot, en el barrio de Montmartre. El padre Julien desapareció en 1908, pero continuó enviando mensajes por medio del oráculo; así les fue revelado que era um emisario de la Gran Logia Blanca del Himalaya. Finalmente, el padre Julien realizó su última comunicación el 8 de abril de 1930, anunciando su próxima muerte. Es curioso comprobar que el primer número del Bulletin des Polaires apareció el 9 de mayo de 1930, como si en adelante fuera a sustituir de un modo más moderno a los mensajes del padre Julien. Y, sorprendente coincidencia, el ocultista napolitano Guiliano Kremmerz (cuyo nombre es la forma italiana de Julien), fundador de la Fraternidad de Myriam, que hasta ahora no había sido citado en relación a los Polares, cayó en coma el 7 de mayo de 1930, muriendo el 16 de ese mismo mes, tras haber predicho su propio final.

No deja de resultar una sorpresa el éxito que tuvo la Fraternidad de los Polares desde su traslado a París. Personalidades influyentes se unieron a Mario Fille y Accomani, sobre todo los periodistas Fernand Divoire y Jean Dorsenne, los escritores Jean Marqués-Riviére y Maurice Magre, los ocultistas sinárquicos Jeanne Canudo, Vivian du Mas y Victor Blanchard. El mismo René Guénon participó durante un corto período en la empresa. Se han conservado los nombres de algunos otros iniciados superiores de la fraternidad: Henri Meslin de Champigny (obispo gnóstico con el nombre de Tau Harmonius), monseñor Lesétre (obispo católico romano), el príncipe You-Kantor de Camboya, Jean Chaboseau (hijo de Augustin Chaboseau), Maurice Bauden, René Odm, Gérard de Senailhac, la condesa de Pujol-Murat, Fernande Guignard, Renée Remande, Gabrielle Coquet y Lydie Martin. Señalemos, no obstante, que muchos de los adeptos aquí citados no estuvieron en los Polares más que de un modo episódico, aunque la asociación mantuviera una actividad continuada hasta las vísperas de la guerra.

Los Polares se decían poseedores de la tradición boreal de Thule, y a ella hace referencia su apelativo. Las ceremonias eran particularmente impresionantes, los adeptos se reunían cubiertos de cogullas. La historia interna de la Fraternidad se conoce mal. Parece que tuvo muchos problemas para descubrir al Gran Maestro que había anunciado el oráculo. Sin embargo, el 6 de agosto de 1933, la «Fraternidad Polar» fue inscrita en la oficina de asociaciones de la prefectura de policía de París, con Victor Blanchard como presidente. Tras um nuevo oráculo, algunos polares corrieron a Montsegur y Lordat (junto a Lazenac), donde excavaron en vano buscando el Grial y el tesoro de los albigenses.

La Fraternidad fue miembro de la F.U.D.O.S.I. entre 1937 y 1938 y fue en su templo de la avenida Junot donde tuvo lugar en agosto de 1937 el convento de la federación. Los polares se enorgullecían de proteger a Francia con su acción magnética; pero la Segunda Guerra Mundial destruyó todos los esfuerzos de la asociación, que no parece haber sobrevivido.

Las demás sociedades rosacruces de Francia

En Francia, en el período entre guerras, además de la Rosacruz de Jollivet Castelot y de los Polares, existían algunos movimientos que invocaban la tradición rosacruz. Entre ellos se pueden distinguir sociedades de estilos diferentes.

La Antroposofía de Rudolf Steiner y la Asociación Rosacruz de Max Heindel estaban presentes, en tanto que ramas francesas de movimientos internacionales. La Orden Cabalística de la Rosacruz continuaba con dos filíaciones diferentes (Bricaud-Chevillon y Chamuel-Chaboseau), en tanto que círculo interno del Martinismo. En la época de la F.U.D.O.S.I., dos nuevas ramas rosacruces intentaron implantarse: la rama francesa del A.M.O.R.C., dirigida por Hans Grüter y Jeanne Guesdon; y la rama francesa de la Rosacruz Universitana, dirigida por Jules Rochat de l’Abbaye. Por último, subsistían dos continuaciones de la Orden de la Rosacruz Católica de Péladan, sobre las cuales no sabemos casi nada: la «Rosa», dirigida por el pintor Jacques Brasilier, que editaba las Feuíllet de la Rosace y el grupo de Gary de Lacroze. Según el programa de Péladan, la Cofradía de la Rosa invitaba a todos los artistas a trabajar «por la gloria del ideal cristiano»; en cuanto al cenáculo de Gary de Lacroze - al que parece que algunos esoteristas cristianos reconocieron como el sucesor legítimo de Péladan - era más especulativo que operativo. Según uma carta de Milosz a James Chauvet de Burdeos, fechada en 1930, Albert de Pouvourville (llamado Matgioi) formaba parte sobre todo del segundo grupo, así como «muchos de los nombres más conocidos del antiguo y del nuevo Voile d’Isis». Recordemos a este respecto que, en 1927, apareció un número especial del Voile d’Isis sobre «los rosacruces» y, en 1931, otro número especial sobre «la tradición rosacruz». Emile Dantinne parece haber tenido relación con la «Rosa» de Jacques Brasilier, pero haber desconocido la existencia del círculo de Gary de Lacroze. Es cierto que éste estaba muy próximo al catolicismo oficial, y es probable que los rosacruces belgas fueran demasiado heréticos para su gusto; eso sin contar con que, al compartir las fantasías de la Revue Internationale dês Sociétés Secretes, sospechaba que los ocultistas se encontraban en el origen de la revolución rusa.

Sunday, October 23, 2005

A Igreja Gnóstica


Revivida pelo célebre Jules Doinel, é uma grande árvore com diversos ramos. Originalmente, a Igreja recebeu uma doutrina essencialmente Cátara, dando ênfase à pureza e a castidade.

Tinha apenas 4 graus: Acólito, Diácono, Sacerdote e Bispo. Este foi o modelo original, criado por Jules Doinel e que ainda existe em algumas organizações. Posteriormente, o Patriarca Jean Bricaud acrescenta mais 4 graus: Tonsurado (ou Clérigo), Leitor, Exorcista e sub-Diácono, totalizando 8 graus. Assim iniciava dentro da Igreja Gnóstica um caminho Operativo, tornando-a uma Ordem Iniciática, diferente da proposta de Doinel, que seguia a via da contemplação.

A doutrina pregada por Jean Bricaud tinha por base o Catarismo, mas com fortes influências maçônicas e ocultistas. Essa doutrina durou alguns anos, até que Jean Bricaud introduziu elementos do cristianismo ortodoxo na Igreja, chegando até a consagrar alguns Arquimandritas, que caracterizava os cleros branco (sem celibato) e negro (celibatário) da Igreja Ortodoxa.
Jules Doinel

A doutrina ortodoxa foi logo retirada da Igreja, pois Jean Bricaud sentiu que estava fugindo das origens de Doinel - ficando somente as influências maçônicas e ocultistas - o que não impediu alguns clérigos da Igreja de andarem vestidos de monges ortodoxos pelas ruas.

Com a rápida expansão da Igreja e, devido à autoridade e independência dos Bispos, a Igreja Gnóstica ganha cada vez mais ramificações. Assim, temos várias ramificações da Igreja Gnóstica, que recebem os nomes de seus idealizadores:

- O ramo de Jules Doinel (esse ramo é o mais puro e, atualmente, encontra-se ativo dentro da Igreja Expectante*);

- O ramo de Jean Bricaud;

- O ramo de Aleister Crowley (ativo na Ordo Templi Orientis);

- O ramo de Arnold Krumm Heller (esse ramo é conservado até hoje dentro da respeitadíssima Fraternitas Rosicruciana Antiqua);

- O ramo de Samael Aun Weor (muito ativo no Brasil e América Latina);

- O ramo de Lucien-François Jean-Maine (ativo dentro da Ordo Templi Orientis Antiqua).

Estes ramos citados são os mais antigos e conhecidos, mas existem dezenas de outras linhagens, não tão tradicionais quanto às citadas acima, mas de grande valor iniciático.

Algumas destas Escolas praticam uma Gnose mais pura, baseada nas culturas pré-cristãs, com forte influência oriental. Outras Escolas praticam uma Gnose com fortes influências judaico-cristã-islâmica. Mas ainda existe uma terceira manifestação da Gnose, baseada nos ensinamentos de Carl Gustav Jung. Esta Escola baseia sua Gnose na psicologia, dando ênfase na interpretação das reações psicológicas do homem e sua relação com o universo. Nesse ramo não existe clero nem sistema de graus, sendo apenas uma metodologia de trabalho interior.

Um ponto em comum a todas estas Escolas é a Grande Virgem da Gnose, Sofia, que é de fato a grande manifestação Egregórica da Gnose. Representa a base da doutrina e mãe de todas as organizações Gnósticas, inspirando a Igreja do invisível. Abaixo dela está São Miguel Arcanjo (ou Mikael), que é o guardião da Igreja, agindo de forma disciplinadora. Sua influência estende-se tanto aos clérigos quanto aos fiéis da Igreja Gnóstica. E completando a Trindade de comando espiritual da Igreja está o Mestre Desconhecido, um Ser Espiritual que comanda a Igreja como um Patriarca invisível, sendo o responsável pela administração e transmissão da Gnose no mundo.

O Mestre Desconhecido é o verdadeiro Patriarca da Igreja, visto que, com a morte do último Patriarca (Pedro Freire), a Igreja ficou sem comando terreno, salvo algumas organizações autocéfalas que montaram sua própria estrutura, empossando seus próprios patriarcas, mas mesmo assim, estes são vistos como Arcebispos pelos demais, porque a transmissão formal do Patriarcado não foi realizada por Pedro Freire. Assim, os Bispos do mundo inteiro recebem influência direta do Patriarca invisível, o Mestre Desconhecido, como Chefe Supremo da Igreja.

A Igreja Gnóstica tem um grande corpo eclesiástico no mundo. Apesar de suas várias vertentes, ela conserva sua característica de Igreja e de Ordem Iniciática, e participar de seus Ritos é ter a oportunidade de entrar em contato com essa grande fonte de inspiração e de vida: A Santa e Imaculada Virgem Sofia.

Rogamos aos Arcontes (guardiões) da Gnose que continuem guardando a Igreja em segurança, santidade e castidade iniciática.

Patriarca Thot

*Esta Igreja foi fundada pelo Mestre Cedaior, que foi consagrado Bispo pelas mãos do próprio Jules Doinel. Esta Igreja tem clero próprio, e se a Gnose tivesse que eleger um Patriarca hoje, o único que poderia assumir o Trono de São João é de fato e de direito, Mestre Thot (Huascar Correia Cruz), atual Patriarca da Igreja Expectante, que comanda sua organização com sabedoria e pulso firme. O Sr. Huascar Correia Cruz (Patriarca Thot) é considerado por todos os Bispos Gnósticos do mundo inteiro como o último Apóstolo Gnóstico encarnado, e verdadeiro sucessor de São João.

Saturday, October 22, 2005

A Rosa+Cruz e o Esoterismo Cristão

De acordo René Guénon e Serge Hutin, e o que nos diz a própria tradição hermética, o termo Rosacruz deve reservar-se aos “libertados vivos”, aos Adeptos (com A maiúsculo) que chegaram à Regeneração, ao conhecimento supremo. São as crianças secretas do Senhor, os Menores Eleitos de Pasqually. Cosmopolitas, dispersos pelo mundo, como Adeptos vivem a experiência da Luz que lhes foi revelada por uma fé viva. Constituem uma espécie de Igreja Oculta de Cristo, ou a Sociedade de Jesus de Daniel Cramer, a Igreja Invisível de Eckartshausen ou a Igreja Interior de Lopokhine.

Os Hermetistas Rosacrucianos do século XVII, da primeira Rosa+Cruz eram decididamente cristãos e não sedimentavam sua fé inabalável num Egipcianismo tosco como querem seu pseudo-herdeiros no mundo contemporâneo, mas no Cristo como pedra fundamental. A regeneração obtida pelo Adepto através da Verdadeira Medicina, a Panacéia dos Sábios é um estado interior não suscetível de ser examinado pelos anais da História. Quanto a expressão de um profundo esoterismo cristão segue-se alguns trechos de autores rosacrucianos entre os séculos XVII e XVIII que atestam a aptidão cristã daqueles Adeptos.

J. Valentin Andreae escreve em Christianopolis: “Não reterei, senão aquilo que é certo: saber que nos devemos ligar a Cristo e só a ele, em perfeita obediência. Os Cristãos, todos os Cristãos, devem amar-se e unir-se numa sociedade totalitária cujo ideal em reunir todas as coisas no Cristo; tanto aquilo que existe sobre a terra como aquilo que existe nos céus” (citado por Jean Pierre BAYARD, Os Rosacruzes). Em Christianopolis, se exclui os falsos irmãos da Rosa+Cruz e não os verdadeiros: “Na porta oriental existe um guardião que examina os estranhos que pretendem entrar na cidade. Se nega a admissão a certas classes baixas de pessoas, entre elas atores que tenham demasiado tempo livre e impostores que se dizem irmãos dos Rosacruzes”. (J. V. Andreae).


Outro rosacruciano, John Heydon que escreveu entre 1661 e 1664 os tratados “The Glory of the Rosy Cross” e “The Rosie Crucian infaillible axiomata” escreveu: “A oferenda de si mesmo é um sacrifício tão agradável a Deus, que umhomem tão piedoso e bom não conseguirá encontrar outra que lhe possa agradar mais, tal como isso pode confirmar-se relativamente a um gentleman que descendia da linhagem dos Plantagenetas, e que foi até o Egito, à Itália e à Arábia, tendo depois regressado para vir freqüentar a Sociedade dos Cristãos inspirados”.

Noutra análise, Frances Yates trata de demonstrar em seu “Iluminismo Rosacruz” que estes “filósofos rosacruzes” formaram parte da órbita do movimento palatino encabeçado por Frederico V, líder da Confoederatio Militiae Evangelicae contra a liga católica que culminaria na Guerra dos Trinta Anos. A única menção sobre a constituição dessa aliança protestante é narrada por Simon Studion em seu Naometria. Cabe salientar que na época todos os autores rosacrucianos eram saídos dos círculos intelectuais protestantes tais como J. V. Andreae, Wilhelm Wense, Tobias Hess e Tobias Adami do Círculo de Tübingen, por exemplo. Comenius (Jan Amós Komensky) recebeu sua educação cristã na Igreja dos Irmãos Morávios, e uma interpretação da Política Hermética dada por Robert Vanloo em sua “Utopia dos Rosacruzes” é de que os Manifestos de certa forma começaram o bicentenário da morte na fogueira de um dos primeiros reformadores cristãos, Johann Huss em 1414-1415 (prisão e morte).

Outro autor rosacruciano, Daniel Cramer, em seus “Emblemas Rosacruzes” de 1616 escreve: “Depois, redimido pelo sangue de Cristo, estarás cheio de alegria, e te ocuparás de conhecer corretamente a Palavra de Deus”.

Ora é sabido, que o Rosacrucianismo original do século XVII era essencialmente cristão, o que basta analisar os textos fundamentais da Rosa+Cruz, como o Fama e Confessio, para se aperceber disto. No Fama, no momento da abertura da mítica cripta de Christian Rosenkreutz (Cristão da Rosa+Cruz), encontrava-se um altar redondo coberto por uma placa de cobre, na qual estava gravado o seguinte: “Jesus é tudo para mim”, logo depois, noutro trecho, após as assinaturas dos presentes na abertura da cripta estava escrito: “Em Deus nascemos, em Jesus Cristo morremos, e pelo Espírito Santo renascemos”.

Nas lâminas do Geheime Figuren, “Os Símbolos Secretos dos Rosacruzes” isso fica mais ainda evidenciado. O movimento rosacruciano está fortemente vinculado ao tenso contexto histórico da Europa. A Europa vinha dilacerada pelas Guerras de Religião, com a Paz de Augsburgo em 1555, as disputas entre católicos e protestantes supostamente se acalmaram. A tensão tornou a aumentar na década de 80 culminando na Guerra dos Trinta Anos no século seguinte. Susanna Akermann observa que é inadequado falar num Rosacrucianismo antes da circulação do manifesto Fama Fraternitatis. A lenda de C.R.C. é que irá lançar as bases da Fraternidade, visto que não há Rosacrucianismo histórico sem a lenda de Christian Rosenkreutz. É impossível saber quando essa história foi concebida, mas sabemos que já circulava em forma de manuscrito por volta de 1610.

Michael Maier outro autor rosacruciano escreve em seu “Themis Áurea”: “e mais ainda, Cristo ele mesmo, tendo que encarnar não fez desdém para ser também o médico da Alma, e também o médico do corpo”.

Para Robert Fludd em “Summun Bonum” o símbolo da Rosa+Cruz possui dupla significação: A Cruz representa a sabedoria do Salvador, o conhecimento perfeito; e a Rosa é o símbolo da purificação, do ascetismo que destrói os desejos carnais, e igualmente o signo da Obra Alquímica, da purificação de toda mácula, a perfeição do Magistério. Em Fludd podemos ver as mesmas expressões usadas por Boehme, alusões à Pedra Filosofal Espiritual, ao Cristo, a Santa Pedra Angular da Sabedoria.

Mais tarde, no século XVIII, numa das célebres ilustrações do Manuscrito de Altona (1785) há uma prancha descrita como a “montanha dos filósofos”, sendo acrescida da seguinte explicação: “A Alma dos homens em toda parte foi perdida por uma queda, e a saúde do corpo ressentiu-se da queda, vindo a Salvação para a alma humana através de Jesus Cristo. A saúde corporal é restituída por algo que não é aprazível de ser contemplado”.

Noutro documento, datado de 1794, se trata da admissão do Dr. Bacstrom na Sociedade Rosa+Cruz pelo Conde de Chazal nas Ilhas Maurício: “estamos novamente unidos em um só espírito sob a denominação de Fratres Rosae Crucis, Irmãos da Rosa+Cruz, isto é, os irmãos que acreditam no Grande Sacrifício feito por Jesus sobre a Rosa+Cruz, manchada e marcada com o Seu Sangue, para redenção de Naturezas Espirituais”.

Karl Von Eckartshausen em sua “A Nuvem sobre o Santuário” escrevia: “Jesus Cristo é a Sabedoria, a Verdade e o Amor. Como Sabedoria Ele é o princípio da razão, a fonte do conhecimento, a mais pura. Como Amor Ele é o princípio da moralidade, o móbil essencial e puro da vontade”. “O cristão prático encontra este móbil da vontade, princípio de toda imoralidade, objetiva e realmente no seu coração e este móbil se exprime na seguinte fórmula: Ama a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo”. “O amor de Deus e do próximo é, o móbil da vontade do cristão; e a essência do próprio amor é Jesus Cristo em nós. Assim é que o princípio da razão é a sabedoria em nós; e, a essência da sabedoria, a sabedoria em sua substância é ainda Jesus Cristo - a Luz do Mundo. Assim encontramos n'Ele o princípio da razão e da moralidade. Tudo o que eu digo aqui não é, uma extravagância hiper-física, é a realidade, a verdade absoluta que cada um pode comprovar experimentalmente desde que recebe em si o princípio da razão e da moralidade, Jesus Cristo como sendo a Sabedoria e o Amor essenciais”. (A Nuvem sobre o Santuário).

Em nossos dias há várias associações mundiais que se pretendem herdeiras da Rosa+Cruz, e são na verdade, paródias dela. Não vamos julgar qual o valor de seus ensinamentos, mas devemos submeter os fatos a uma crítica histórica para compreender, perceber e entender as nuances do processo histórico, suas coerências e suas problemáticas a fim de evitar que a fraude, o engano e a mentira ganhem o estatuto de verdades fabricadas. A Rosa+Cruz tem essencialmente o estatuto de Esoterismo Cristão e não remonta de modo algum ao Antigo Egito.