A F.U.D.O.S.I. foi formada em 1934 “para proteger as liturgias sagradas, ritos e doutrinas das Ordens iniciáticas tradicionais de serem apropriadas e profanadas por organizações clandestinas”. A F.U.D.O.S.I. não era uma Ordem, mas uma Federação Universal de Ordens e Sociedades esotéricas e autônomas, portanto, um órgão administrativo antes de tudo.

“Algumas pessoas, cujas mentes ainda não receberam luz suficiente, desejam saber por que era necessária uma Federação Universal. As Ordens e Sociedades Iniciáticas que, no seu próprio campo de trabalho, desfrutam da mais absoluta e completa liberdade e perfeita autonomia e independência. A esta questão nós podemos responder que, mais que qualquer outra coisa, está no trabalho iniciático que a maior vigilância é indispensável e que uma disciplina internacional estrita e ativa deve ser exercida.

Nós devemos reconhecer e lamentamos a existência de muitos falsos profetas e vários auto-proclamados iniciados que usam, para propósitos egoístas e tirânicos de dominação, o pretexto da iniciação para explorar as pessoas crédulas e sinceras. Era tempo de advertir o público contra estes falsos líderes e contra doutrinas nocivas que eles ensinaram às almas confiantes.

Em cada país, cada Ordem autêntica e regular conhece seus imitadores e tais falsos profetas. Era necessário vigiar estes movimentos clandestinos, expor estes impostores ou instrumentos ocultos e evitar sua força, em todos os países, onde quer que eles estejam operando, e assim evitar qualquer confusão entre as Ordens regulares e autênticas e as Organizações falsas que são prejudiciais ou que ofereçam ensinamentos que nada têm a ver com a Tradição Universal e o Esoterismo.

E também era necessário que as Ordens autênticas tivessem cuidado ao selecionar os seus membros e oficiais e manter os seus adeptos e estudantes no caminho correto das verdadeiras doutrinas, obrigando-os a seguir uma linha estrita de disciplina, trabalho racional, sincero e consciencioso, para evitar ensinamentos radicais e heterodoxia. Este imenso trabalho que era pretendido e que protegia as Ordens contra os seus inimigos internos e exteriores foi efetuado com sucesso pela F.U.D.O.S.I. e continua ocorrendo.” (Jornal da F.U.D.O.S.I., novembro de 1946)

 

Tuesday, January 24, 2006

Jean-Louis de Biasi no Brasil – Fevereiro/2006, Brasília - Campinas - Rio e São Paulo


VISITA OFICIAL DO GRÃO-MESTRE JULIANUS DA ORDEM DE AURUM SOLIS AO BRASIL: FEVEREIRO DE 2006

Biografia e Bibliografia resumida do Palestrante:

Filósofo, conferencista e escritor, Jean-Louis de Biasi é um estudioso das diferentes áreas da Tradição há mais de trinta anos. Originário de Veneza e do Sul da França por sua família, sua paixão pelo Mediterrâneo o conduziu a aprofundar as diversas correntes espirituais que lá se desenvolveram.

Cuidadoso em conciliar as exigências críticas da razão ao aporte das tradições e das práticas, seu enfoque bastante didático permite a cada um de compreender facilmente o funcionamento destas áreas.

O autor coordena diferentes estágios e formações no plano internacional. Um bom número destas atividades é concluído com iniciações específicas. É o caso por exemplo da oficina prevista em São Paulo sobre Magia Planetária.

Ele é além disso o editor de uma revista maçônica francesa na Internet, « La parole circule », que é difundida a mais de 1000 assinantes de todos os países e de todas as Obediências. Estima-se em mais de 2000 o número de seus leitores.

De formação técnica, é graduado em Filosofia (a qual ensinou por mais de quinze anos) e formado em terapia Gestalt.

Iniciado nos mais altos graus das principais tradições iniciáticas ocidentais, foi desde cedo introduzido na
Ordem de Aurum Solis e é atualmente o seu Grão-Mestre. Uma parte importante de suas atividades consiste portanto em perpetuar esta rica tradição ogdoádica e hermética.

É também Grão-Patriarca Rosa-Cruz da
O.K.R.C. (Ordem Cabalística Rosa-Cruz).


Extratos de sua bibliografia (além dos artigos)

Obras publicadas:

• « L’esprit de la terre », Les Trois Fées, Bordeaux. (Em reimpressão)

• « Le Martinisme - les Serviteurs Inconnus du Christianisme », Ed. SEPP, Paris, 1997.

• « Nietzsche - Morale et religion », Les Trois Fées, Bordeaux, 1998. (Em reimpressão)

• « Le Pater - La tradition occulte du Notre Père » 1999. (Em reimpressão)

• « ABC de L’Aura - Révélez votre personnalité par la vision des corps psychiques », uma primeira edição francesa, Paris, e 2a édição Grancher, Paris, 2000.

• « ABC de magie naturelle », Ed. Grancher, Paris, 2000.

• « L’Humour maçonnique », Les Trois Fées, Bordeaux. Coleção de chistes e estórias maçônicas, seguidas de um léxico maçônico, 2000.

• « Les rites égyptiens, philosophie et morale », Editions Édimaf, Paris, 2001.

• « L’Énergie du Tarot » Editions Grancher, Paris, 2004.

• « La spiritualité maçonnique » Edition Grancher (lançamento abril 2006)

• « ABC de magie traditionnelle » Edition Grancher (lançamento final de 2006)

• « ABC de Kabbale chrétienne » Edition Grancher (lançamento início de 2007)


CDs lançados:

• « Initiation à la relaxation », Aurum Solis, 2004.

• « Cagliostro et l’oracle de la colombe », Aurum Solis, 2004.

• « Voyage sur les sentiers de l’arbre de vie », Aurum Solis, 2004.

• « Enochian sounds », Aurum Solis, 2005.

Cursos publicados:

• « Cours d’Initiation à la Pensée Ésotérique ».

• « Cours sur la Tradition Ogdoadique ».



Conferência dia 7/2 em São Paulo

Tema: A Ordem de Aurum Solis e a Tradição Ogdoádica


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#LUGARES ESGOTADOS!!!#
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A corrente de ouro

Nascida em Alexandria no fim do Império Egípcio, a Tradição Ogdoádica de Mistérios soube atravessar as eras criando uma verdadeira corrente de ouro que religa todos os seus iniciados.

Do Egito à Grécia e de Bizâncio à Florença, nossa Tradição perpetuou-se até sua manifestação visível na Inglaterra em 1897.

A Tradição Ogdoádica soube integrar os prestigiosos ensinamentos das escolas filosóficas e herméticas do Ocidente. É por esta razão que nela reencontramos nomes tais como Pitágoras, Epicuro, Iâmblico, Platão, Plotino, Proclo, Ficino, Pico da Mirândola, Agrippa, etc.

Desde então, a Ordem de Aurum Solis é o exemplo notável de uma tradição iniciática que sempre favoreceu o trabalho filosófico, teúrgico e mágico de seus membros e não a busca de um fugaz poder temporal.


A prática teúrgica e mágica

O Hermetismo nos ensinou que tudo o que está Acima é como o que está Abaixo. Assim, os rituais feitos pelo Mago estão em relação direta com a Obra que ele realiza no interior de seu ser. A Alta Magia aparece no momento que o iniciado toma consciência de seu papel ativo na Criação. Como Platão disse, ele começa a se recordar de um mundo celeste ao qual sua alma pertence e para o qual ela deseja reencontrar. Essa busca da Beleza, essa busca do Um, será empreendida pelo uso conjunto dos Rituais e da Virtude.

O percurso iniciático

O itinerário na Ordem de Aurum Solis começa por um período probatório de alguns meses durante os quais o postulante realiza uma série de práticas individuais.

A Ordem é então estruturada segundo três níveis ou Graus. Em grandes linhas, cada um dos Graus é centrado sobre um aspecto da Tradição.


Conferência Gratuita
Dia: 07/02
Início: 21 hs
Vagas: 35 vagas, favor reservar através do email casadeturquesa@aurumsolis.net
Local: Rua Itapitangui, 56
Bairro Pacaembu
São Paulo - SP
Tel (11) 3865-5765


Conferência dia 8/2 em Campinas

Tema: A Aurum Solis, os Mistérios Antigos e o Hermetismo


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#LUGARES ESGOTADOS!!!#
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O Hermetismo é uma rica e antiga tradição que soube permanecer viva até os dias de hoje. Sua influência sempre correspondeu aos períodos de abertura de espírito, de expansão da consciência, de busca interior, de aprofundamento do conhecimento do ser e do mundo.

As tradições antigas do mediterrâneo, Egito, Grécia, Roma, permitiram a essa tradição de se constituir e de se afirmar. Ela tomou vários aspectos, associando a filosofia e as práticas interiores e teúrgicas.

Várias correntes filosóficas (socrática, platônica, neoplatônica, epicurista, estóica) deram uma formulação a essa busca de sentido.

Temos o hábito de crer que a filosofia clássica é complexa, apenas intelectual e desprovida de aplicação prática. Ora, esse não é o caso, pois esses filósofos sempre associavam práticas que permitissem um verdadeiro trabalho interno.

O objetivo imediato consistia em realizar a felicidade em si e na sua vida, vivendo assim feliz, equilibrado e em harmonia. Vemos bem que esse objetivo não mudou até hoje, pois o que mais poderíamos desejar?...

Mas, como disse Epicuro, a verdadeira felicidade é o desaparecimento das angústias, a primeira delas sendo a da morte. É por essa razão que um bom número de filósofos antigos e ainda mais os hermetistas associavam os mistérios antigos à sua reflexão e a seus exercícios. Isso corresponde ao que chamaríamos hoje de postura iniciática. Esta utilizava ritos e práticas teúrgicas para levar o iniciado a fazer a experiência da morte e do além-vida. Dessa maneira, o adepto podia verdadeiramente viver e realizar a natureza exata dessa angústia originária, tirando-lhe assim uma grande parte de seu poder.

Esses mistérios foram codificados e se perpetuaram em algumas escolas iniciáticas e herméticas tais como a Aurum Solis.

A conferência colocará então em evidência os aportes dessa rica tradição hermética, a maneira como ela foi perpetuada e o que ela pode nos trazer hoje.

Conferência Gratuita, mediante doação de 1 kg de alimento não-perecível.
Favor confirmar a presença pelo tel (19) 3251-6678
Dia: 08/02
Início: 19 hs
Local: Instituto Humanitatis
Rua Novo Horizonte, 585
Campinas - SP



Conferência dia 11/2 em São Paulo

Tema: A Maçonaria Espiritual


A Maçonaria é certamente a mais célebre das sociedades iniciáticas contemporâneas. Contudo, ela permanece ainda muitas vezes incompreendida ou pouco conhecida.

Tendo aparecido no final do século 18, ela se desenvolveu rapidamente na Europa, antes de expandir-se ao resto do mundo. Soube estabelecer uma fraternidade que ultrapassa as diferenças culturais, políticas, religiosas e étnicas. Após ter atravessado os séculos, ela está sempre viva, encarregando-se de propagar as idéias de progresso, de liberdade de pensamento e de despertar da consciência.

Poderíamos então crer que estamos ante um notável exemplo de escola iniciática, descendente direta dos construtores de catedrais e do templo do Rei Salomão. É em todo caso a reivindicação histórica e simbólica mais frequentemente citada. Mas temos o direito de nos perguntar se esse é realmente o caso. Com efeito, elementos contraditórios rapidamente aparecem quando analisamos mais seriamente e sem a prioris o que constitui esta sociedade.

Geralmente, os Maçons nos dão uma imagem ideal de sua fraternidade. A ideologia da qual falamos realmente existe e corresponde ao ideal da filosofia das luzes que viu nascer esse movimento. Composta de três iniciações de aprendiz, de companheiro e de mestre, de cerimônias regulares e de graus de perfeição, a Maçonaria parece realmente encarnar um sistema iniciático capaz de guiar o indivíduo rumo à luz do conhecimento, à liberdade e à responsabilidade.

Mas, se levantarmos uma parte do véu de seus rituais, do conteúdo de seus ensinamentos e ainda mais do seu método, esse extraordinário edifício poderá nos parecer vazio, deserto, sem vida. Teria a Maçonaria se transformado, sob seus ares de instituição venerável, em uma casca vazia, incapaz de transmitir um verdadeiro método de trabalho sobre si? Não seria ela hoje apenas um fórum privado no qual discorre-se sobre o conhecimento e a retificação do ser, sem jamais ousar colocar isso em prática?

Será que tudo isso desapareceu, definitivamente? Não o pensamos.

Os iniciados que participaram da criação da Maçonaria e na elaboração de seus rituais nos deixaram mais do que imaginamos.

As perguntas que nos guiarão nesta conferência irão nos conduzir para o outro lado do véu. Pois a Maçonaria não é uma simples instituição filantrópica. Geralmente as grandes Obediências ainda hesitam em abordar francamente as questões ideológica, filosófica e iniciática. Elas preferem estimular os iniciados a trabalhar sobre si mesmos e a se melhorar.

Se tomarmos uma certa distância para nos interrogar sobre sua natureza essencial e sobre as correntes que lhe deram origem, descobriremos que a Maçonaria transmite uma rica herança iniciática. Ela remonta tanto às escolas de Mistérios da antigüidade quanto a certas grandes tradições filosóficas de nossa história.

Algumas lojas e iniciados souberam sempre conservar intactos esses conhecimentos, assim como uma tocha iluminando as trevas e testemunhando a sabedoria de nossos predecessores.

Pois a Maçonaria não nasceu sem ferramentas, sem ideologia ou sem método. Ela nasceu dos mistérios antigos, assim como Atena nasceu toda armada do crânio de Zeus. Ela soube adaptar certos aspectos da rica tradição mediterrânea para efetuar uma verdadeira fusão entre a filosofia e a espiritualidade. É esta reunião que é capaz de realizar no mundo moderno uma forma contemporânea de utopia social na qual a fraternidade, o humanismo e a busca do sagrado serão centrais. Essa realização não se dará espontaneamente. A Maçonaria não é uma religião, é uma escola iniciática e é nesse título que ela deve transmitir um método e técnicas precisas afim de chegar a um resultado. Um iniciado não é alguém que beatamente espera uma transformação de sua natureza apenas pela convivência passiva com diversos símbolos.

Um iniciado é um indivíduo que decidiu tomar sua vida em suas mãos, tomando uma via que lhe corresponde e que vem acompanhada de técnicas progressivas e que é capaz de lhe indicar claramente princípios de vida. É assim que ele será guiado rumo à transformação para a qual foi iniciado.

Esses conhecimentos existiram, não desapareceram completamente e é nessa direção que iremos nesta conferência.

Assim, poderemos ver que essa mensagem maçônica, iluminada pelas fontes antigas da iniciação, é ainda capaz de trazer algumas luzes sobre as questões essenciais da existência e sobre a maneira de vivermos felizes aqui e agora.

Conferência Gratuita em Sessão Branca (para maçons e não-maçons), mediante doação de 1 kg de alimento não-perecível.
Favor confirmar a presença pelo tel (11) 9946-9164 ou pelo email pschiarelli@uol.com.br
Dia: Sábado, 11/02
Início: 20 hs
Vagas: 30 vagas (além dos membros da Loja)
Local: Loja Minerva
Rua Imaculada Conceição, 104 - Sobreloja
Santa Cecília - Centro
São Paulo - SP



Oficina dias 11 e 12/2 em São Paulo

Tema: Magia Planetária


A Renascença foi um período muito importante para as tradições ocultas do Ocidente. A antiga tradição hermética foi despertada através da fundação em Florença, na Itália, de uma nova Academia Platônica durante os anos de 1438 e 1439.

As atividades desse grupo não se limitavam à « prática da filosofia ». Ultrapassando esse preâmbulo, essa renovação hermética reativou também os ritos e as práticas teúrgicas. A magia astrológica desenvolvida por Marsílio Ficino baseava-se na tradição das assinaturas e na afirmação da Tábua de Esmeralda de que « o que está abaixo é como o que está acima, e o que está acima é como o que está abaixo, para fazer os milagres de uma só coisa. »

Utilizando os ritos, os hinos, a música, as cores e o conjunto de correspondências advindas das leis da simpatia universal, esses Irmãos em Platão buscavam se elevar ao mundo espiritual. Esse estado de equilíbrio e de harmonia levaria o testemunho às suas vidas, do retorno ao paraíso de origem. A felicidade aqui abaixo poderia então tornar-se possível, através dessa reharmonização dos planos internos.

Baseados na astrologia, na cabala e na mitologia, os ritos planetários abrem para um universo no qual o homem pode agir no mais alto nível sobre o mundo e sobre sua própria natureza. Pois os traços interiores estão intimamente ligados à ordem do cosmos inteiro. A astrologia torna-se dessa maneira o meio de se compreender as potências que compõe nossa personalidade. A magia celeste nos permite agir para recriar a harmonia que perdemos.

Assim, ritos apoiando-se nesses conhecimentos foram estabelecidos desde a mais alta antigüidade. Os princípios são simples:

- recriar o cosmos em um espaço ritual, graças aos símbolos e assinaturas;

- estabelecer um elo entre os arquétipos celestes exteriores e as potências internas de notra psiquê;

- restaurar o equilíbrio com a ajuda do ritual e de seus componentes (estética, música, etc.).

Será nessa aprendizagem que nos consagraremos nesta oficina, abordando os seguintes pontos teóricos:

• A visão do mundo no hermetismo antigo.

• A teoria das assinaturas e das simpatias universais.

• Natureza mágica do politeísmo.

• A teurgia.

• A astrologia e a magia planetária.

• Os princípios dos ritos planetários.

• Transformação da antiga magia planetária (a religião, o destino, a cabala, o tarot, etc.).

• O rito de aniversário, exemplo de magia planetária.

E, no plano prático:

• Práticas.

• Visualizações (princípios e exercícios básicos).

• Meditação guiada sobre as esferas planetárias.

• Técnica do chamamento da luz.

• Utilização do incenso e dos hinos.

• A abertura do véu e a passagem entre os mundos.

• Os gestos planetários de abertura.

• A identificação consciente.

• Rito das divindades.

• Rito das potências olímpicas.

Esta oficina terminará com uma Iniciação e uma Transmissão ligada a uma das potências planetárias.


Oficina de Fim-de-Semana
Investimento: R$ 120,00
Dias: 11/02 e 12/02
Início: 11/02 às 9hs da manhã
Duração: dia 11 (sábado) das 9 - 18 hs, com intervalo para almoço; dia 12 (domingo) das 9 - 12hs
Vagas: 15 vagas, favor reservar através do email casadeturquesa@aurumsolis.net
Local: Rua Itapitangui, 56
Bairro Pacaembu
São Paulo - SP
Tel (11) 3865-5765



Conferência dia 14/2 no Rio de Janeiro

Tema: Magia Planetária


A Renascença foi um período muito importante para as tradições ocultas do Ocidente. A antiga tradição hermética foi despertada através da fundação em Florença, na Itália, de uma nova Academia Platônica durante os anos de 1438 e 1439.

As atividades desse grupo não se limitavam à « prática da filosofia ». Ultrapassando esse preâmbulo, essa renovação hermética reativou também os ritos e as práticas teúrgicas. A magia astrológica desenvolvida por Marsílio Ficino baseava-se na tradição das assinaturas e na afirmação da Tábua de Esmeralda de que « o que está abaixo é como o que está acima, e o que está acima é como o que está abaixo, para fazer os milagres de uma só coisa. »

Utilizando os ritos, os hinos, a música, as cores e o conjunto de correspondências advindas das leis da simpatia universal, esses Irmãos em Platão buscavam se elevar ao mundo espiritual. Esse estado de equilíbrio e de harmonia levaria o testemunho às suas vidas, do retorno ao paraíso de origem. A felicidade aqui abaixo poderia então tornar-se possível, através dessa reharmonização dos planos internos.

Baseados na astrologia, na cabala e na mitologia, os ritos planetários abrem para um universo no qual o homem pode agir no mais alto nível sobre o mundo e sobre sua própria natureza. Pois os traços interiores estão intimamente ligados à ordem do cosmos inteiro. A astrologia torna-se dessa maneira o meio de se compreender as potências que compõe nossa personalidade. A magia celeste nos permite agir para recriar a harmonia que perdemos.

Assim, ritos apoiando-se nesses conhecimentos foram estabelecidos desde a mais alta antigüidade. Os princípios são simples:

- recriar o cosmos em um espaço ritual, graças aos símbolos e assinaturas;

- estabelecer um elo entre os arquétipos celestes exteriores e as potências internas de notra psiquê;

- restaurar o equilíbrio com a ajuda do ritual e de seus componentes (estética, música, etc.).


Conferência Gratuita
Dia: 14/02
Início: 18 hs
Local: PORTAL 11:11
Av. das Américas, 15000
Recreio - Rio de Janeiro
(21) 2437-2217 ou 2497-0201



Conferência dia 17/2 em Brasília

Tema: A Cabala e a Tradição Hermética


O Hermetismo é uma rica e antiga tradição que soube permanecer viva até os dias de hoje. Sua influência sempre correspondeu aos períodos de abertura de espírito, de expansão da consciência, de busca interior, de aprofundamento do conhecimento do ser e do mundo.

As tradições antigas do mediterrâneo, Egito, Grécia, Roma, permitiram a essa tradição de se constituir e de se afirmar. Ela tomou vários aspectos, associando a filosofia e as práticas interiores e teúrgicas.

Várias correntes filosóficas (socrática, neoplatônica, epicurista, estóica) deram um conteúdo a essa busca de sentido.

Temos o hábito de crer que esse pensamento é complexo e desprovido de aplicação prática. Ora, esse não é o caso, pois esses filósofos sempre associavam aos seus ensinamentos um conjunto de técnicas visando uma real transformação interna. Essa prática introspectiva e esses exercícios permitiam aumentar o conhecimento e o controle de si.

O objetivo era realizar a felicidade em si, vivendo assim feliz e em harmonia. Vemos bem que esse objetivo não mudou até hoje, pois o que mais poderíamos desejar?...

Mas, como disse Epicuro, a verdadeira felicidade é o desaparecimento das angústias, a primeira delas sendo a da morte. É por essa razão que um bom número de filósofos antigos e ainda mais os hermetistas associavam os mistérios antigos à sua reflexão e a seus exercícios. Isso corresponde ao que chamaríamos hoje de postura iniciática. Esta utilizava ritos e práticas teúrgicas para levar o iniciado a fazer a experiência da morte e do além-vida. Dessa maneira, o adepto podia verdadeiramente viver e realizar a natureza exata dessa angústia originária, tirando-lhe assim uma grande parte de seu poder.

Esses mistérios foram codificados e perpetuados em diferentes escolas iniciáticas e herméticas até os anos de 1438 e 1439 em Florença, na Itália. Vários eruditos gregos, entre eles o neoplatônico Pleto, foram lá acolhidos por ocasião do Concílio de Florença, que reuniu as Igrejas do Oriente e do Ocidente.

Esse filósofo, descendente da Academia Platônica, entrou em contato com Cosimo de Médici e transmitiu um conjunto de textos filosóficos e herméticos até então desconhecidos. Marsílio Ficino recebeu de Cosimo a ordem de traduzi-los, começando pelos livros de Hermes. Um grupo foi constituído em torno dessa tarefa e colocado dentro da continuidade da antiga escola de Platão, a Nova Academia Platônica. Essa descoberta e esse despertar deram nascimento ao que se chamou na História de Renascença.

No plano das tradições esotéricas e ocultas, é daí que surgiu o conhecimento da cabala, que era até então uma tradição interna do judaísmo. Esses brilhantes adeptos iniciaram-se na cabala hebraica e a desenvolveram aplicando-a a duas coisas: à sua religião, o cristianismo, e à sua filosofia, o hermetismo. Temos o costume de chamar essa corrente de cabala cristã, mas ela ultrapassa em muito essa designação.

A cabala é um sistema coerente e simples de leitura e de interpretação do mundo. Na conferência, teremos ocasião de explicar a razão pela qual a cabala é muitas vezes apresentada como algo complicado e misterioso.

Mostraremos os princípios essenciais da cabala, assim como as características da cabala cristã e hermética.

Todavia, um enfoque intelectual da cabala, embora apaixonante, é incompleto. Convém ir um pouco além, interrogando-nos sobre o que ela pode nos trazer e quais são as práticas a ela relacionadas. Pois a cabala é uma verdadeira ferramenta, capaz de nos fazer avançar rumo a um melhor conhecimento de nós mesmos e do mundo. Ela nos permite compreender o uso dos símbolos, tornando-nos capazes de agir no meio no qual evoluímos. Poderemos então nos dar conta da utilidade e da verdadeira natureza dos ritos iniciáticos e das tradições que perpetuamos.


Conferência Gratuita
Dia: 17/02
Início: 20 hs
Local: Loja Rosacruz de Brasília - AMORC
SGAN - Quadra 607 - Módulo G - Conjunto F
Brasília - DF
Tel (61) 3273-5339 (falar com Rita Feliccete)

Friday, January 20, 2006

O que é um Iniciado? por Papus

Uma das causas mais freqüentes da obscuridade aparente dos estudos de Ciência Oculta diz respeito à confusão dos termos empregados por aqueles que tratam dessas questões. É, então indispensável bem definir primeiro as palavras que se empregam, sob pena de cairmos no erro que acabamos de indicar. Poucos termos prestam-se mais a confusão do que aquele de Iniciado. Uns consideram o Iniciado como o ser excepcional, designado com veneração por todos os autores do Ocultismo; outros encaram o termo com uma significação bem menos elevada e que se pode aplicar de uma maneira geral.

Basta reportarmos-nos a significação primitiva dessa palavra para verificar que a última acepção é a mais correta. Com efeito, o título de Iniciado na Antigüidade indicava simplesmente um homem instruído, cujos graus de instrução variavam segundo os casos, sem que o título geral de Iniciado sofresse a mínima modificação.

O Iniciado nos pequenos mistérios possuía uma instrução equivalente àquela dada em nossos dias pela Universidade; o Iniciado nos grandes mistérios aprendia a manejar as grandes forças ocultas da Natureza. Chegado ao ápice dessa instrução, ele adquiria o título de vidente, de profeta ou de Adepto.

Assim, Iniciado ou Adepto são os dois termos que designam respectivamente o começo e o apogeu da carreira de Ocultista. Todos os homens instruídos adquiriam, na Antigüidade, o título de Iniciados e os títulos de filho da mulher, filho da Terra, filho dos deuses, filho de Deus (*), designando sua elevação hierárquica na ordem dos conhecimentos humanos.

Sem querer nos aprofundar sobre o ensinamento que eles recebiam, falemos, entretanto, de um ponto muito importante. A doutrina ensinada, era, sobretudo, sintética e a pesquisa da Unidade Universal lhes era indicada como o objetivo de seus esforços. De outro lado, os Iniciados aprendiam a adaptar o ensinamento aos temperamentos diversos dos povos que eles eram encarregados de organizar como legisladores. É por isso que vemos as leis de Orfeu, de Moisés, de Licurgo, de Sólon, de Pitágoras serem tão diferentes em aparência, enquanto que todos esses homens adquiriram seus conhecimentos numa mesma Fonte. A perda desses dados conduz nossos legisladores contemporâneos à ruína e à subjugação das nações que eles querem organizar, todas sobre a mesma base.

O povo possuía, então, uma religião ou uma organização social, com relação absoluta ao seu próprio temperamento, e que era um excelente meio de torná-lo feliz; o homem instruído, ao contrário, sabia convictamente que não existia senão uma religião, e que todos os cultos eram adaptações, como as cores são aspectos diversos de uma única luz branca.

Assim, a guerra religiosa era quase totalmente desconhecida na Antigüidade, pois nenhum homem inteligente poderia sequer pensar em tal possibilidade; o povo, tão somente, seria capaz dessas infantilidades.

A sociedade antiga aparece-nos, agora, com todo o esplendor de sua organização unitária e compreendemos porque o Iniciado podia entrar em todos os templos e sacrificar a todos os deuses, em comunhão com os sacerdotes de todos os cultos, que o reconheciam como um filósofo da unidade, assim como eles próprios. Os ignorantes sectários, que pretendem hoje em dia falar de religião, proclamam a esse respeito o politeísmo, sem compreender que os cristãos de hoje parecem, ao pesquisador ingênuo, mais politeísta do que os membros de qualquer outra seita.

Imaginemos, com efeito, um homem instruído, mas ignorante de nossos costumes religiosos, que subitamente fosse convidado a fazer um estudo a esse respeito, não possuindo como dados senão monumentos. Veja se suas conclusões não seriam essas: “A Religião desses povos curiosos parece consistir principalmente na adoração de um velho, de um supliciado e de uma pomba. Todos seus templos apresentam essas imagens. Eles adoram, além disso, vários deuses que se encontram sobre seus altares sob os nomes de São José, São Luís, etc.. Além disso, eles oferecem sacrifícios de flores recém-desabrochadas à uma divindade que parece ser aquela da natureza e que eles chamam Maria. Encontram-se, também, várias imagens de animais sobre seus altares, um cachorro, ao lado de um deus inferior, São Roque, e, mesmo, um porco, acompanhando um outro deus, Santo Antônio. Existem, também, cervos, cordeiros, etc.. Eles parecem ter particularmente adorado esse animal, que seguidamente representam deitado sobre um livro”.

Essas conclusões nos fazem rir e balançar a cabeça. O que diria, com efeito, um Iniciado do mundo antigo, instrutor de Moisés ou de Pitágoras, acusado pelo sábio contemporâneo de adorar batatas ou crocodilos!

O argumento do politeísmo e da idolatria não prova senão uma coisa: é a ignorância ou a má-fé daqueles que o empregam. O papel do Iniciado do mundo antigo era, antes de tudo, social; os Iniciados formavam, no mundo inteiro, uma fraternidade de Inteligência unida por uma doutrina unitária.

É essa Fraternidade que certas sociedades secretas têm como objetivo mais ou menos delineado de reconstituir. Mas esse objetivo e esses estudos não têm para nós senão um interesse secundário. A Antigüidade, por atraente que seja seu estudo, não incitaria tanto nossa atenção como nossa sociedade atual. É nela, que devemos ver agora o Iniciado.

Digamos, inicialmente, que é muito fácil ser um Iniciado. Basta, para isso, conhecer os dados mais elementares da Ciência Oculta e compreender, graças a ela, a necessidade imperiosa de união fraternal de todos os homens. Esses dados podem ser obtidos pelo trabalho pessoal ou pelas sociedades de Iniciação. Isto exige algumas palavras adicionais de explicação.

Se foi bem compreendida a diferença capital que atribuímos aos termos de Iniciado e de Adepto, é fácil deduzir que se pode, até certo ponto, formar Iniciados, mas não se formam Adeptos. Esses homens, cada vez mais raros, só chegam ao Adeptado por suas próprias forças. O objetivo inicial de uma sociedade de Iniciação é indicar aos seus membros, da melhor maneira possível, o caminho do aperfeiçoamento espiritual, que deve ser realizado pelo esforço individual. A doutrina ensinada deve versar sobre a fraternidade, fonte de todos os desenvolvimentos posteriores do ser humano.

Na prática, a sociedade deve envidar todos os seus esforços para realizar, entre seus membros, o objetivo que ela persegue, para fazer de cada um deles um apóstolo militante e, após, um verdadeiro Iniciado. Dois grandes procedimentos são empregados para o ensino da Iniciação; esses procedimentos, diferenciando particularmente as escolas de Iniciação de fonte oriental daquelas de origem ocidental, indicam facilmente a origem de um centro oculto.

A Iniciação oriental opera, sobretudo, pela meditação, isto é, o objetivo sendo de fazer criar, para cada indivíduo, sua doutrina sintética, sua maneira de ver o Universo e sua constituição. A Iniciação oriental dá ao seu discípulo um texto bastante curto e sintético sobre o qual ele deve meditar longas semanas, ou mesmo meses. O resultado dessa meditação é de livrar pouco a pouco os princípios analíticos contidos no texto e de criar uma doutrina fazendo-a, por assim dizer, sair de si mesma.

A Iniciação ocidental procede de maneira diferente. Ela dá, inicialmente, ao seu discípulo, uma série de dados sobre a questão, a serem pesquisados e meditados longamente, impelindo-o a condensar todas as opiniões e idéias diversas num resumo sintético.

Das duas maneiras, chega-se ao mesmo resultado: a Iniciação oriental ampliando um texto sintético e a Iniciação ocidental condensando textos analíticos, obtendo uma síntese geral. Digamos, enfim, que certas sociedades praticam, ao mesmo tempo, esses dois procedimentos, escalonando-os gradualmente. De qualquer maneira, o primeiro e, mesmo, o único objetivo procurado, é de levar o aluno a criar sua própria doutrina.

Pouco importa, inicialmente, que essa doutrina seja, em todos os detalhes, excelente ou não. O essencial é que ela exista. A sociedade dando as bases gerais ao Iniciado evita erros fundamentais. O Iniciado tendo uma criação pessoal, modifica-a posteriormente, segundo seus estudos e sua evolução interior.

Constata-se, dessa maneira, a inanidade dos ensinamentos dados pelas sociedades, que perderam totalmente essa base indispensável e que quiseram praticar a fraternidade universal sem criar, em primeiro lugar, homens capazes de compreender seu alcance. Tais sociedades não tardam a transformar-se num corpo político, tendendo à dissolução, desde que não retorne energicamente ao seu objetivo primitivo, por uma rápida reorganização.

A utilidade social dos Iniciados é incontestável; basta imaginar a grandeza possível das gerações futuras se a unidade se realiza. Certas sociedades procuram agir sobre as massas para chegar a essa unidade, cuja necessidade pressentiram. As sociedades de Iniciação, ao contrário, dirigem-se às inteligências menos numerosas, e mais capazes de compreender a nobreza da fraternidade universal.

O dia em que o padre católico, tornado Iniciado, souber receber em sua Igreja, como um igual, o Iniciado ortodoxo, o Iniciado muçulmano e o Iniciado budista, a fraternidade dos povos estará bem mais perto de realizar-se na prática. Esse dia está, talvez, muito longe; quem sabe, ao contrário, ele se aproxima mais rapidamente do que pensamos. Seria temerário esperar essa união dos povos?

É possível que esse ideal seja utópico, inatingível; entretanto, nesta época de positivismo exagerado, é consolador viver esse sonho da união dos Iniciados, realizando um pouco a união universal de todos os homens na paz e na harmonia.


Nota:

* Saint-Yves D'Alveydre: La Mission des Juifs, Paris, Ed. Traditionnelles, 1972, 2 vol.

Wednesday, January 11, 2006

A partida de Raymond Bernard por Marco Antonio Coutinho

...da morada do Dragão...


Spiritu • Psique • Soma


Uma vida dedicada à iniciação


Raymond Bernard
19 de maio de 1923 - 10 de Janeiro de 2006


Faleceu ontem, dia 10 de janeiro de 2006, o escritor, místico, animador de vários movimentos tradicionais e Grão-Mestre fundador da Ordem Soberana do Templo Iniciático-OSTI, Raymond Bernard.

Nascido em 19 de maio de 1923, em Bourg d'Oisans, Isère, na França, Raymond Bernard teve o seu primeiro mestre na discreta figura de Edith Lynn, sua professora de inglês no período da adolescência, uma cidadã britânica residente em sua cidade natal, nos Alpes franceses. Corriam, então, os anos 40, período da II Guerra Mundial. Naqueles dias turbulentos, tornava-se extremamente difícil a realização de qualquer empreendimento nobre, e as ordens tradicionais na Europa tiveram suas atividades externas seriamente prejudicadas pela guerra e reprimidas pelos Nazistas. Para enfrentar essa situação, buscaram meios alternativos de expressão e fizeram uso das mais diversas estratégias como, por exemplo, utilizar os canais da Resistência Francesa como meio de transmissão de informações e documentação, instruindo na clandestinidade os seus principais participantes. Afinal, muitos integrantes desses cenáculos foram ativos participantes da Resistência. E foi por meio de sua amizade com Edith Lynn, paralelamente às aulas de inglês, que Raymond Bernard — ele próprio integrante de um movimento não-armado de apoio à Resistência, formado por jovens — recebeu de sua professora inglesa os ensinamentos da Ordem Rosacruz, sem imaginar que, no futuro, viria a ser um dos principais dirigentes da organização cuja sabedoria lhe era transmitida de maneira tão especial.

Raymond Bernard formou-se em direito pela Faculdade de Grenoble e começou sua vida profissional nos negócios da empresa de sua família. Nos anos seguintes, ele progride rapidamente nos domínios iniciáticos, prossegue em sua formação rosacruciana e faz contato — principalmente a partir de 1955 — com algumas das mais significativas correntes da tradição cavaleiresca e templária, em vários pontos da Europa, recebendo deles iniciação e autoridade. Em 1956, é levado a abandonar o mundo dos negócios para se consagrar à reorganização do ramo francês da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, a AMORC, substituindo Jeanne Guesdon, falecida anos antes, e assumindo funções de nível internacional como Grande Mestre, Legado Supremo e membro do Conselho Supremo da Ordem. Restabelece os trabalhos da Ordem Martinista Tradicional (no Brasil Tradicional Ordem Martinista), onde assume as mesmas funções para as quais fora investido na Ordem Rosacruz. Participa também dos trabalhos maçônicos da Grande Loja de França.

Em 1988, aposentado e liberado de suas obrigações à frente da AMORC, sem romper seus laços com a mesma, funda o CIRCES — então Círculo Internacional de Pesquisas Culturais e Espirituais — cujo objetivo é, desde o início, essencialmente humanitário e caritativo. Paralelamente a este movimento, ele restitui força e vigor a uma tradição templária secreta que não havia sido jamais interrompida ao longo dos tempos — ainda que sem atividades públicas desde o início do século XX — estabelecendo assim a OSTI (Ordem Soberana do Templo Iniciático). Em 25 de setembro, no Palácio dos Papas, em Avignon, sul da França, Raymond Bernard é eleito Grão-Mestre da OSTI. Posteriormente, como Comitê de Iniciativas e Realizações Caritativas e Sociais, o CIRCES seria absorvido pela Ordem, tornando-se o seu braço externo para ações caritativas e humanitárias, um comitê extremamente ativo na França e no mundo. Bernard exerceu a função de Grão-Mestre da OSTI até 1997, quando retirou-se para um merecido descanso, ao lado de sua esposa Yvonne, dedicada companheira de tantos anos e parceira de toda uma vida nas atividades tradicionais que Raymond Bernard animou. Tendo cumprido a missão que havia recebido há mais de 40 anos, Bernard, no entanto, permaneceu atento, acompanhando de perto o trabalho de Yves Jayet — eleito pelo Capítulo Geral da OSTI, e com o apoio do próprio Bernard, Grão-Mestre da Ordem. Um velador silencioso, retirado, mas ainda e sempre em atividade, dedicando seus dias aos estudos e à meditação, em harmonia com seus amigos, seus leitores e com os cavaleiros de todo o mundo.

Escritor profícuo e inspirado, Raymond Bernard é o autor de vários livros, hoje clássicos, dedicados às tradições sapienciais e ao esoterismo tradicional, entre os quais As Mansões Secretas da Rosacruz; Encontro Secreto em Roma; Encontros com uma ordem secreta - os Drusos; Ahmed, da Corporação dos Ladrões e Lettres de Nulle Part (Cartas de Lugar Nenhum), lançado recentemente, em Portugal, pela Zéfiro Editora. O seu mais recente livro, A Cidadela Oculta dos Sábios, foi lançado em 2005, com exclusividade para o Brasil, e publicado pela Gnosis Editorial.

Problemas de saúde, que já vinham se manifestando havia algum tempo, levaram Raymond Bernard a hospitalizar-se para tratamento especializado. No dia 10 de janeiro de 2006, ele deixava o seu corpo físico, partindo Em Luz, encerrando assim a parte encarnada de toda uma obra dedicada às circunstâncias da iniciação. As exéquias acontecem neste sábado, dia 14 de janeiro, às 9h30, em Villeneuve-Saint-Georges, França.

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Sunday, January 08, 2006

A Organização Iniciática da Ordem dos Veladores do Templo - Militia Templi


A OVDT-MT é uma estrutura sinárquica piramidal. Em sua base estão os membros da OVDT, que é a Ordem Terceira, uma organização de Irmãos leigos que recebem seus ensinamentos por escrito. Dentre estes membros, alguns são convidados a fazer parte da Militia Templi, e passam a receber um ensinamento especial nas Casas Templárias. Ainda que tenha certa autonomia de funcionamento, cada Casa Templária está ligada a uma Província. A Casa Templária de São Paulo, por exemplo, está submetida à Comendadoria da Província do Brasil, responsável por toda a organização nacional. Por conseguinte, toda Província ou país tem sua sede central situada na França.

Assim como no passado, um dos objetivos da Ordem é oferecer à humanidade um impulso rumo a uma nova direção. Mas essa estrutura e estes objetivos são somente a superfície. Em seu interior, a Ordem concede um ensinamento muito particular, baseado na Sabedoria Primordial e no Conhecimento Secreto. Ela perpetua a Tradição Solar, uma tradição que se diz remontar aos Atlantes, embora seja ainda mais anterior.

Dominar a matéria pelo espírito e ascender ao Universo são as nossas propostas. Mas somente duas iniciações tradicionais permitem que isto seja alcançado com pleno êxito. A Iniciação Solar ou via seca é a primeira. Ela ocorre do exterior para o interior. Começa então uma longa jornada ao interior de si mesmo até a comunhão com o Ser de Luz. A segunda é a Iniciação Marial ou via úmida, que ocorre do interior para o exterior, sendo esta a via que se segue na Ordem. Não existem outras iniciações além destas duas.


REVIVENDO UM GRANDE IDEAL

As regras da Ordem são as mesmas do Templo, obviamente adaptadas para o século XXI. Trata-se, pois, de fazer reviver hoje o ideal secreto dos templários da Idade Média.

O ressurgimento dos princípios e do espírito templário em nossa época não deve ser confundido com determinados delírios históricos provocados pelo caráter oculto da Ordem do Templo, dos quais, aliás, convém que se desconfie! Devemos viver do presente para o futuro.

A Ordem dos Veladores do Templo é uma Ordem Terceira, cuja criação e existência se justificam por várias razões. Dentre elas, a necessidade de se preservar dos curiosos o tesouro do Conhecimento. Assim, para que a Ordem do Templo viva e possa conduzir sua missão a bom termo, deve-se ser prudente quanto à escolha de seus membros. A OVDT tem ainda um aspecto preparatório importante, pois dificilmente se poderá ascender ex abrupto à Militia Templi, da mesma maneira que jamais se poderá empreender com sucesso os estudos superiores deste círculo interno sem que se façam estudos preliminares.

Numa primeira fase, o Postulante trabalha individualmente com material impresso, elaborando regularmente um relatório de seus trabalhos. Durante este período, ele confirma sua escolha e vocação e participa de um trabalho de amadurecimento interior.

Conscientização da situação da humanidade e suas dificuldades no mundo atual. Nesta fase dá-se um expressivo desenvolvimento interior do Postulante. Da constatação do insucesso gerado pelo excessivo materialismo, nasce uma reflexão que sempre é produtiva.

No início, esta conscientização e busca interna têm sempre algo de indefinido, pelo qual se sente um chamado interior irresistível. Todos os que estiverem empenhados numa busca interior, e que desejam se unir a pessoas semelhantes, constituem membros típicos da OVDT.

Esta fase inicial permite ainda lutar contra a opressão da vida materialista decorrente de uma civilização científica mal adaptada ao homem. Aqui se reconsidera a atual escala de valores morais e materiais.

O método de trabalho proposto e seu respectivo conteúdo evitam a perda de tempo e as incertezas, que são a conseqüência inevitável de qualquer pesquisa empírica realizada no emaranhado de livros e correntes de pensamento freqüentemente contraditórios. As exegeses aventureiras e os falsos profetas são muitos, mas a Tradição é única.

Enfim, a razão desta preparação tão cuidadosa está na necessidade do homem de se associar com outros que também aspirem viver um ideal e um estado de ser que correspondam à verdadeira ética de uma Cavalaria moderna. É através da associação com outros que o homem pode vencer sua impotência diante de tantas questões.

Fonte: http://www.ovdt.com.br/interna_5.htm


Sites Oficiais da OVDT-MT

Brasil: http://www.ovdt.com.br/

Internacional: http://www.ovdt.org/